terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mano Véio

Eu deveria comemorar um trabalho, mas prefiro comemorar as horas de lazer. Como diria Rauzito , Ouro de Tolo não me interessa.  Depois da chuva, vem o sol. E daí? Nem sempre quero sol. Quero chuva pra dormir e sol para quando eu quiser ir á praia, mas eu não mando em nada, nem em mim, muito menos, no tempo. Falta muito pro tempo entender o que eu quero. Enquanto isso, vou servindo à ele,ao tempo,  mas um dia ele estará ao meu favor, eu sei. Enquanto eu relutar pra chegar aos trinta, e não o entender, ele não me cederá nada.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Entretantas, eu!

04:30 da manhã de uma quarta-feira, eu com insônia, levantei tentada a comer algo, mas tinha que ser light, pois comer esta hora já é proibido, se não for light então... Pois bem, levantei, achei um biscoitinho de água e sal no armário da cozinha e levei o pacote pro quarto.
05:00 horas estávamos eu, a cama, as almofadas, o edredon, o barulho do ar, a tv, o espelho, os quadros, o cabideiro, as cortinas voando, o armário, a mesa de cabeceira, o biscoito em cima dela, e todos  nós já havíamos nos observado naquela noite por milhares de vezes até que eu observei melhor a embalagem do novato do ambiente, que era o saco de biscoitos e de repente,  fiquei  possessa, me senti traída e magoada quando li a frase “fritos com amor”. Pensei na hora  – seu fdp, você não era de água e sal, um biscoito de água e sal não pode ser frito!!!!
06:00 horas eu li novamente a embalagem e fiz as pazes com ela, pois na verdade estava escrito “feitos com amor”.
06:30 eu já estava rindo sozinha de mim mesma, lembrando da minha briga com o biscoito e meu pensamento voava mais ainda  entre milhões dos meus planos sobre a vida.
Depois da noite mal dormida, acordei aos poucos pensando em como eu valorizo coisas tão simples e fiquei pensando que talvez por isso eu consiga também, em outros momentos, me divertir com coisas tão pequenas.
Valorizo um sorvete na esquina, sentir vontade de beijar atravessando a rua, uma boa comida, planejar a casa de novo, sonhar com a próxima viagem, gosto de receber  uma ligação preocupada da avó, por mais que seja em horas inadequadas no meio do meu trabalho!..rs. Mas sim, valorizo a vida. Brigo com o saco de biscoitos e amo o sorvete de frutas.


Tenho tanta coisa a dizer às vezes, outro dia fiz um texto em mente durante um longo período de insônia. Tenho tido noites assim nas segundas, terças e quartas,  quando não estou sendo abraçada, nem desejada, nem acolhida pelo meu sonho dos finais de semana.
As perseguições patéticas do mundo virtual, que é como ELE chama, acontecem uma vez ou outra. Eu não ligo mais.  A gente está tão bem que o máximo que podem fazer contra isso é sonharem que não estejamos bem, esperando algo entre a gente mudar.
É que existe um monte de gente por aí calculando que a felicidade possa ser = homem + homem + homem + homem. Tsc, tsc, tsc! Adoro homem, adoro o meu, mas adoro a vida, já adorava antes dele, inclusive, eu já vivia!..rs. É bom explicar, porque tem muita gente por aí que não vive, enquanto espera o seu  homem!
Eu queria que existissem mais pessoas felizes no mundo. Acho que a inveja realmente é uma forma dos incompetentes me admirarem, mas não me deixo levar por isso, estou com tantos problemas que este fica na fila, pra quando eu tiver sem nenhum.



Já que estamos na época do “te desejo um feliz natal e um próspero ano novo”, eu desejo que não me desejem mal , apenas porque sou uma pessoa tão boa, que desejo que nada de mal volte contra ninguém.  Desejo que o mundo seja mais espertinho também.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Bem me quer, mal me quer.



Não me culpe quando eu não estiver bem,

pois eu sou do bem e sou o bem,

mas se você me traz o mal,

como pode me querer bem? 



terça-feira, 19 de outubro de 2010

Segurando a onda


Sou aquela que sorri pra você quando você fala de futebol, enquanto isso eu penso nos meus problemas e tento disfarçar. Eu me preocupo com a casa arrumada enquanto as pessoas estão morrendo e eu assisto a isso sofrendo junto, mas me sinto impotente perante as “injustiças” do mundo.  Tenho problemas maiores do que o das pessoas que tento ajudar, mas não consigo dizer isso à elas quando elas egoisticamente me solicitam um “help”. Eu me penteio, me maquio, escolho uma roupa bem bonita e escondo de mim mesma a minha verdade enquanto tento entender e ajudar a resolver a sua. Eu não aceito os meus problemas, mas aceito, entendo e ajudo os outros.
Eu não sei mais se sou uma boa pessoa ou se já me tornei uma idiota!
Estou explodindo internamente, eu continuo  vendo e sentindo tudo, mas continuo segurando a onda.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Se eu morrer antes de você

Se eu morrer antes de você,
faça-me um favor:
Chore o quanto quiser,
mas não brigue com Deus
por Ele haver me levado.
Se não quiser chorar, não chore.
Se não conseguir chorar,
não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem
algum fato a meu respeito,
ouça e acrescente sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me.
Se me quiserem fazer um santo,
só porque morri,
mostre que eu tinha um pouco de santo,
mas estava longe
de ser o santo que me pintam.
Se me quiserem fazer um demônio,
mostre que eu talvez tivesse um pouco
de demônio, mas que a vida
inteira eu tentei ser bom e amigo.
Espero estar com Ele o suficiente para
continuar sendo útil a você, lá onde estiver.
E se tiver vontade de escrever
alguma coisa sobre mim,
diga apenas uma frase:
- "Foi meu amigo,
acreditou em mim
e me quis mais perto de Deus!"
- Aí, então, derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la,
mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar.
E, vendo-me bem substituído,
irei cuidar de minha nova tarefa no céu.
Mas, de vez em quando,
dê uma espiadinha na direção de Deus.
Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz
vendo você olhar para Ele.
E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai,
aí, sem nenhum véu a separar a gente,
vamos viver, em Deus,
a amizade que aqui nos preparou para Ele.
Você acredita nessas coisas?
Então ore para que nós vivamos
como quem sabe que vai morrer um dia,
e que morramos como
quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu
para mais perto da gente,
e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas, se eu morrer antes de você,
acho que não vou estranhar o céu...
"Ser seu amigo...
já é um pedaço dele..."

Chico Xavier

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Tentando entender...


Será mesmo que a gente tem sempre coisas pendentes dentro da gente pra resolver? Será que aceitamos o perdão, que perdoamos, que passamos por cima, esquecemos ou abafamos o que nos fez mal? Uma conversa a dois me fez refletir agora, neste momento, sozinha.
Hoje tive um sonho estranho. Me fez sentir mal, me relembrou um passado de alguém que me fez mal também e eu não gostaria de dar a esta pessoa o mérito de aparecer num sonho meu e me perturbar outra vez.
O melhor do que a gente consegue sentir nem sempre é o mais certo pras nossas vidas. E o mais certo pras nossas vidas nem sempre é o melhor que podemos sentir.
As vezes a gente tem a falsa idéia de que algo que a gente perdeu precisa ser suprido dentro da gente, então ficamos angustiados e/ou ansiosos, saímos, bebemos, fumamos, conversamos, buscamos sempre algo muito difícil de achar, porque nem sequer sabemos o que estamos buscando, mas sabemos que existe um buraco. Dizem que a paz espiritual ajuda a amenizar e preencher, mas a vontade imediatista que dá é de ganhar um abraço, de voltar a sentir a expectativa de um novo amor ou fugir dentro de alguma substância que anestesie durante alguns momentos.
Se houvessem as respostas, não haveriam as perguntas. É óbvio e indecifrável. Eu não sei o que busco, nem sei o que quero, mas continuo caminhando...

*o que será?* (4)

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Nothing’s gonna change my world

Eu desejo que meu chefe (desejaria se eu tivesse um) fique milionário para que eu fique rico. Eu desejo que todos os meus amigos sejam felizes para que eu ande sempre rodeada de pessoas felizes, que me tragam sempre mais alegria! Pros meus inimigos (se é que eu os tenho), desejo mais felicidade do que desejo para os meus amigos, para que eles se ocupem mais sendo felizes do que me desejando o mau.

Sabe aquele programa “Você é o que você come”? É assim que eu penso. A gente é o que a gente come e a gente se transforma nas conseqüências do que fazemos durante a vida. Acredito em espiritismo sim, mas sem essa de pensar em outras vidas nesse momento, podemos ser imediatistas também, olhar pra trás e ver que frutos do que plantamos é o que estamos colhendo agora.
Papo bonitinho infelizmente não vende muito, mas deveria. Mahatma Gandhi deveria ser mais citado hoje em dia, mas as pessoas esquecem dele.

“Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo.”

Mahatma Gandhi



terça-feira, 31 de agosto de 2010

Pessoas x Pessoas


Quem disse que mulher tem que gostar de rosa e comédia romântica? Desde criança eu sempre gostei de azul, mas sempre ganhava roupas rosas, demorou muito tempo até perceberem o contrário.
Acho um saco todos esses seriados para mulheres mal comidas e feministas do tipo Friends e Sexy and the City. Adoro filmes, adoro mais do que consigo ver, mas adoro. Adoro Woody Allen, David Lynch, Almodóvar, Scorsese e, aliás, um dos meus filmes favoritos é Laranja Mecânica. Gosto de filmes nacionais, mas nem todos, assim como também não gosto de todos os internacionais, aliás, não gosto de muitos deles também. Digo isso porque as pessoas tem mania de dizer - “Você gosta de filme nacional?” - Como assim? Depende. Existe drama, comédia, romance, tudo dentro desta “categoria” , que não deveria ser chamada de nacional. Tem gente que diz logo que gosta sim, pra parecer “cult”, já que agora é modinha. Eu gosto de alguns, de outros não, porque depende de muitos fatores, não adianta apenas dizer que é nacional.
Eu já tinha um certo receio das pessoas, agora então que elas estão acreditando mais no que dizem do que vêem é que acredito que ainda pode piorar. Pra ficar um pouco mais claro que acho que você acreditaria mais em mim me ouvindo do que me observando. Eu sou da linha contrária. Não adianta dizer pra mim que você gosta, se eu vejo nas suas atitudes que você não gosta.
Outro dia eu estava conversando com um “carinha” que curte a “Beat Generation” e ele disse que vão lançar um filme sobre a vida do Kerouac , uma regravação do “On the Road” na verdade, e ele reclamava que daqui à pouco aparecerão milhares de jovenzinhos dizendo que amam Kerouac desde pequenos, só porque vai virar modinha. Ninguém mais está interessado em observar desde o contorno de um rosto ao jeito verdadeiro de uma pessoa, o que os comerciasi venderam tem chamado mais atenção, como a cor dos cabelos, que podem ser artificiais, a marca da roupa comprada e principalmente, as mentiras que cada um inventa sobre si mesmo para se vender. Os seres humanos fizeram escola , estão cada dia melhores vendedores de si mesmos. Eu estou cansada de gente assim, gente que só mostra vitória e quando conta derrota, é porque provavelmente aquele tipo de derrota o tornará no mínimo, uma atração entre os outros. As pessoas são carentes, precisam aparecer, precisam de fama e não importa como. Assim como o Cazuza descrevia muito bem ao dizer - “Se niguém olha quando você passa você logo diz 'Palhaço'. Você acha que não tá legal. Corre todos os perigos, perde os sentidos. Você passa mal..” - Gostaria de colocar a música inteira porque a letra toda é foda.
Seria injustiça dizer que não existem mais pessoas legais como eu, acho que existem sim. De vez em quando conheço umas poucas pessoas assim, e o fato de eu dizer isso, não é que eu seja prepotente, é apenas uma constatação, e se a opinião é minha, eu posso dizer isso.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Horóscopo de hoje!


Não tenho medo das transformações, sabe? Elas se tornaram o meu cotidiano. Portanto, nem liguei pro meu horóscopo de hoje depois de um fim de semana muito agradável e uma segunda-feira começando muito bem também.
“Segunda, 23 de Agosto de 2010.
Certos hábitos e atitudes se mostram nocivos à saúde e você terá que modificá-los. Fase propícia a mudanças, que iniciam nas pequenas coisas, mas com grandes resultados, aquariano. Atenção voltada para os recursos, habilidades e emoções compartilhadas. Transformações. “

Eu nunca consulto horóscopo mesmo. Lembro disso uma vez por ano, mas confesso, e acho que é muito óbvio pra que lê meu blog, que sou fã do meu próprio signo. Eu me identifico muito sobre o que falam sobre aquarianos e ainda por cima, admiro todas as qualidade e os defeitos também! Voltando aquele papo de que eu acredito quando estou com vontade e desacredito quando não estou, é por ai...

Fazendo minhas próprias previsões para hoje, eu digo que tenho boas perspectivas de trabalho, no amor eu acho que ja tive mesmo sorte, e a familia, sempre será a família!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cotidiano - Eu sei!

Cama, sono, comida, chuva, carinho, prazer, pensamentos, beijos, bebidas, cigarros proibidos no local, mas tudo bem, é o cotidiano, é com você, e se continuar assim,será sempre gostoso. Eu sei que você entende e gosta, por isso, minhas dúvidas no que eu mesma não acreditava, estão cada vez menores. Meu sentimento que já havia se multiplicado, continua se multiplicando e formando outros novos sentimentos. Tudo que você transforma comigo é do nosso cotidiano, mas nunca será tão absolutamente previsível, nem calmo, nem apagado, sem catchup, sem sal, sem pimenta, nem morto, mesmo que você fique quietinho, você está sempre despertando novas coisas em mim.

A gente viajou na história do filme que contava a onda de dois caras, a gente se calou pra observar, cada um estava no seu momento de observação, mas no mínimo, as pontas dos pés estavam encostadas, e cada um no seu espaço, depois a gente se enrosca e brinca de ser um só. Eu adoro isso, eu amo cada vez mais isso!

E olha que eu nem imaginava que a minha mira seria você...

"enquanto eu vou andando o mundo gira e nos espera numa boa, eu sei"
(marisa monte)

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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

neste domingo...



Vi a minha irmã numa patética vontade de suprir a falta de um pai, querendo eleger o meu avô, que poucas vezes vimos na vida, para passar o dia dos pais. Pra que isso? Se não temos pai, não precisamos comemorar o dia dos pais. Tem que fingir que vamos comemorar algo, mesmo sem alguém, é isso? Eu não quis. Ela, como sempre, instistiu, mas desta vez, não muito e acabou me compreendendo. No domingo à noite, como ela costuma fazer em todos os domingos, me ligou chamando para sair , dizendo que aquele tinha sido mais um dia normal e que ela não havia ido. Sim, é isso, né? Encarar a realidade às vezes é necessário.
Eu havia acordado meio bêbada ainda, em consequência da noite anterior, e fui compartilhar a comemoração desta data com um outro pai muito especial. Comemos, jogamos, nos divertimos, as horas passaram e eu consegui não parar pra pensar em coisas tristes, foi mais um dia especial que passei com esta família, sem obrigação de ter um significado diferente.
Cada um com seu cada um. Cada um com seus pesos e suas frustrações, é assim que andamos e nos deparamos com diversas pessoas pelo mundo todos os dias.
Amargura? Não, reconhecimento da realidade. Esta não impede que eu tenha lembranças, mas eu sei que são apenas lembranças. Lembranças de um pai que errou, que acertou, mas que, como qualquer pessoa de boa vontade, tentou. Amou e nunca deixará de ser amado.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Escolha!


A certeza de que amo é por poder dizer que não precisei perder pra dizer que sentiria falta.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Gados domados não vão à igreja

Livro de Daniel Souza

Gados domados não vão à igreja
“Eu só confio nas pessoas loucas, aquelas que são loucas pra
viver, loucas para falar, loucas para serem salvas, desejosas
de tudo ao mesmo tempo, que nunca bocejam ou dizem
uma coisa corriqueira, mas queimam, queimam, queimam,
como fabulosas velas amarelas romanas explodindo como
aranhas através das estrelas.” Jack Kerouac
Esse livro tem algumas funções pré-definidas : um porta copo,
peso de papel, algo pra se jogar em alguém ou o que sua
imaginação permitir. Os textos a seguir foram gerados em
momentos de tédio, ira e inquietude. Porque na verdade é a
indignação que (re)move montanhas, tira os bispos do ar e
faz desligar a TV.
“...tem uma porção de coisas que eu gostaria de
fazer...depois, eu transformaria os museus. Não existe nada
mais deprimente ou tão fedorento quanto um museu. Eu
instalaria, no mínimo, um bar em cada andar. só isso pagaria
todos os salários...” Charles Bukovski

www.papodedanibar.blogspot.com

Solicite o seu exemplar via e-mail - dsouzadanibar@hotmail.com - por apenas R$ 10,00.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

para você

Só Tinha De Ser Com Você - Elis Regina
Composição: Tom Jobim / Aloysio de Oliveira

É,
Só eu sei
Quanto amor
Eu guardei
Sem saber
Que era só
Pra você.

É, só tinha de ser com você,
Havia de ser pra você,
Senão era mais uma dor,
Senão não seria o amor,
Aquele que a gente não vê,
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você.
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você.

É, você que é feito de azul,
Me deixa morar nesse azul,
Me deixa encontrar minha paz,
Você que é bonito demais,
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.

É, você que é feito de azul,
Me deixa morar nesse azul,
Me deixa encontrar minha paz,
Você que é bonito demais,
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.

Eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.
Eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.
Eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim

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terça-feira, 20 de julho de 2010

Honra ao mérito


“Honra, honor ou honradez é a avaliação do procedimento de uma pessoa e estado social baseado nas adoções daquele indivíduo e ações. O oposto de honra é a desonra (ou opróbrio).”

SE VOCÊ DESEJA SER UMA PESSOA HONRADA, LEMBRE-SE DE QUE PARA CONQUISTAR A SUA, VOCÊ PRECISA:
1º - Saber os critérios de quem te avalia
A partir daí é que podemos começar uma conversa. Ah! Sim, que bom, estes critérios a princípios, parecem iguais aos seus? Legal! Vamos lá então..
2º - Nunca, jamais, em hipótese alguma, você pode se comportar de maneira contrária aos critérios que você e os que te “avaliam” definiram (se você for a vítima, diga “julgam” pra fazer drama).
Viu? É simples, temos apenas dois mandamentos, porém.. Ops! Você ERROU???????? Isto é imperdoável!!!!
Olá, boa tarde, vim aqui para dizer que existem critérios. Sim, eles devem existir. Você acha chato ser julgado? Eu também, mas a gente julga, porque se a gente não julgar, significa que a gente não tem opinião formada. Se você tiver uma opinião formada, você vai julgar, e ninguém aqui está falando de julgamento certo e de julgamento errado, ok? Este é o detalhe que poucas pessoas alcançam!
Ela disse que depende do ponto de vista, que tudo depende, nada é 100% sim e 100% não. Será?
Não sei o que ela acha, mas apesar de entendê-la eu tenho uma opinião formada assim como você também tem.
Se pisarem no calo dela, vai doer. Se roubarem, ela grita – “ladrão!”. Se andarem pelado na rua, ela se assusta, nem que seja apenas no primeiro instante. Você também faria isso? Acho que sim, e deve ser porque somos criados numa sociedade em que os valores tentam ser os mesmos em toda parte. Realmente não conseguem ser, mas eu disse “tentam” e a maioria tem sim os mesmos valores e princípios, ou fingem ter, mas aí é outra história.
Portanto, se você quer fazer algo diferente do que está pré-estabelecido como correto, se você alguma vez pensar em não ter uma atitude honrada, faça muito bem escondido, suma e nunca mais apareça se não quiser se “avaliado” ou “julgado” (fica a seu critério) ou arque com todas as conseqüências e julgamentos entre as pessoas que você convive, pois se fosse o contrário, aposto que você faria o mesmo com elas.
E enquanto tudo isso acontece, eu te faço sofrer pra te dar inspiração. Será?

quarta-feira, 30 de junho de 2010

DESAFIOS pra que?


Espremer as mãos num desespero impotente
Enquanto durante o primeiro ano que passei na prisão, nada mais fiz, e lembro-me de não ter feito mais nada senão espremer as mãos num desespero impotente e dizer “Que fim! que horrível fim!”, agora procuro dizer a mim próprio, e às vezes, quando não estou a torturar-me, consigo realmente dizer-mo com sinceridade: “Que começo! que maravilhoso começo!”
(Oscar Wilde, in De Profundis)


Pois é, hoje me vi assim, no fundo de um poço, sendo esmagada, e pensei no fim, e logo depois repensei, mais uma vez o fim? Cheguei a conclusão de que não existe fim enquanto ainda houverem idéias.

Pois bem, estou obviamente numa situação desesperadora, em que o ser humano se vê diante dos seus instintos reais, não consegue disfarçar, nem conviver em sociedade, vira bicho, reage, grita quando sente dor, chora quando está triste, ri de desespero, ama profundamente, no frio, congela e no calor, se queima. O que é isso? É dor, tudo dói. Não há meio termo, o corpo está exposto às sensações extremas. As agulhas estão apontadas em volta de todo o meu corpo, se eu fizer qualquer movimento mal calculado, elas podem entrar por todos os lados. Merda! Acho que algumas já entraram...
Quando eu sair dessa eu quero pensar o mesmo que já pensei quando sai de outras. O mesmo que Oscar Wilde quando já estava fora da prisão, quero pensar que será apenas um novo começo. Porque desta vez achei que tivesse chegado ao fim, achei que a velhice que todos temem já estava me afrontando, que a injustiça prevaleceria e que eu não teria recompensa nenhuma, achei até que as forças dentro de mim já estavam esgotadas. Apenas achei. Ainda bem que às vezes eu acho muitas coisas erradas, como dizem por aí, são apenas “achismos” meus.

No desespero, eu digo, eu sei, não copiei isso de ninguém, eu vivi isso, eu sobrevivi à isso por muitas vezes. No desespero a gente cresce! A gente não tem idéias porque quer, a gente tem quando precisa. Eu estou precisando, eu estou, mais uma vez, reagindo à vida. Eu já não sou mais tão forte quanto das outras vezes, porque antes eu queria provar que venceria. Agora eu sei que venço, mas sei que canso também, e avalio se “vencer” é o mesmo “vencer” que me ensinaram.

Por fim, eu nem queria vencer, já venci, já perdi, já fui lá no alto e voltei aqui pra baixo, agora eu só peço pra me deixarem viver, porque hoje eu gosto de acordar desejando um doce, e meu prazer é saboreá-lo após o almoço, e isso pra mim é a vida. Imagine jogar uma folha no chão, igual criança, pra ver como o vento faz ela balançar até cair, se conhecer de forma simples é isso, testar os meus limites e não os do mundo. Quero descobrir e viver coisas simples, só isso. Não desejo mais do que já existe pra mim. Me deixem viver assim.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Sobrevivendo ao desafio da vida


A vida vai muito além disso, muito além do que você já viu ou acha que viu. E provavelmente você não conseguirá me entender se não tiver vivido um mínimo de coisas necessárias. Não se contente com a foto da revista, com o conto do livro e muito menos, com o que as pessoas dizem que são. Desconfie do mundo, tenha curiosidade para descobrir tudo sozinho, porque é assim que se aprende de verdade. Largue esta porra de mundinho bitolado e vá viver suas próprias experiências, em vez de ficar sentado aí achando que aprende olhando os outros. Invente e viva sua própria história, pois até neste meio bitolado em que você vive, só quem sobressai são os mais corajosos, que também vivem algo diferente do mundo de “vocês”. A história do poeta fracassado é muito bonita, mas nem ele imaginou o que ele passaria por causa das suas convicções infantis e românticas. Nem ele estaria na pele dele se ele soubesse o seu destino. Não adianta, não acredito se você disser que sim, que você também faria o mesmo que ele, é mentira, você não pode provar isso, logo você, que não consegue aceitar nem coisas simples que te rodeiam, que dirá enfrentar realidades mais cruéis. Não quero ouvir falar, quero ver fazer, me prove desta forma apenas. Eu te desafio! Bem vindo ao mundo real, onde não existem cobertores quando está frio, nem comida, quando se tem fome, nem abraço, quando se está carente. Aprenda a sobreviver agora!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

segunda cinza



tempo feio. muita coca e o cinzeiro cheio. pouco trabalho. quem se importa? apenas eu. merda! volto pra rotina sem otimismo. casa, trabalho, supermercado, lavanderia, contas, telefonemas, notícias da família e programações de futuro. amanhã tem festa, o que não resolve nada, apenas adia meu péssimo humor pra semana que vem. a preocupação vai continuar. espero que essa vibe passe, que mude. essa não sou eu, apenas estou assim, são momentos e espero que acabem logo, apesar de que o mau humor vai consumindo e a irritação só cresce. enquanto isso,vou alimentando a falta de paciência.

mas sim, de resto, vou bem!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Eu x Eu


Meu eu criança perguntou pro meu eu atual:
- Porque você mudou tanto? Porque adquiriu hábitos estranhos?

Meu eu atual respondeu:
- Eu já tinha insônia quando eu era você, então imagine depois, apenas piorei, e se você visse tudo o que eu tive oportunidade de ver desde que nos afastamos, acho que você me entenderia.

Como disse Coco Chanel, "Eu já não sou o que era, devo ser o que me tornei".

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Seres humanos, parem a busca!


Eventos previsíveis, pessoas previsíveis. Tão previsíveis que a gente até entende o "fake" delas. O mundo tá lotado de pessoas pra encher lingüiça, pessoas que não fazem a diferença. É incrível como são cada vez mais idênticas. Seres humanos em fileiras iguais aos bonecos das estantes das lojas de brinquedos. E eu, logo eu, que acredito que cada pessoa, se vista de perto, pode ser interessante, acredito em destino, acredito também que cada pessoa tem seu objetivo no mundo. Acho que a maioria vem apenas para aprender, porque tá faltando muita gente pra semear coisas boas de verdade. As pessoas querem comprar lugar no céu com intuito de morrer logo, porque o inferno é aqui e elas já descobriram. Mas por que estas pessoas não pensam que elas também fazem e podem mudar o lugar em que vivem? Se pensassem nisso, ao invés de se lamentarem, poderiam tentar fazer melhor, em vez de buscar um céu de utopias. Todo mundo pede, mas ninguém quer dar, estou cansada...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Incertezas


Sinto cheiro ruim no ar. Cheiro de pessoas que se sentem presas não porque estão, mas porque gostam de dizer que estão para reclamar da vida. Sem reclamações, as demais pessoas de seu convívio não o acham interessante. O medo aumenta pela incerteza de que estas pessoas confundam seus próprios sentimentos e transformem nossas vidas em mais um de seus episódios de drama e comédia, quando deveria ser apenas a vida.
Entender o que se passa na cabeça das pessoas, não significa ter o dever de aceita-las e deixar os critérios de lado. O que tem de mal nos erros? Todos nós erramos, mas quando passamos a ser permissivos demais com nossos próprios erros, significa que estamos perdendo nossos próprios valores, a gente se perde pra um dia ter o argumento de dizer que queremos nos reencontrar.
Tudo pode. Podemos trair, mentir, falar mal, sonegar impostos, podemos até não querer nada, mas existem conseqüências, se estivermos dispostos a encará-las no futuro, que assim seja.
Por que a Bárbara é minha amiga? Porque desde que a conheço ela não apenas me encontra em festas, mas também já esteve ao meu lado quando eu não podia participar das festas e principalmente porque ela sempre foi sincera comigo. Sim, ela tem virtudes e foi por aí que construímos a nossa amizade.
Por que a Giorgiana deixou de ser minha amiga? Porque ela apesar de ter me cativado no início por ser uma pessoa engraçada, uma companhia agradável e do bem, ela matou um cara, eu tentei entender os motivos dela, mas descobri que ela tem prazer em matar. Desisti de ser amiga dela porque passei a ver que ela não era uma pessoa do bem, com o caráter admirável que eu pensava e ainda me fazia correr risco.
Durante a vida vamos conhecendo pessoas e aprendendo com cada uma, tendo surpresas boas e ruins, pessoas que conhecemos a vida inteira, mas que não somos amigas, pessoas que conhecemos ontem, que viram amigos. Pessoas que são pra sempre e pessoas que se vão não pela morte, mas porque não merecem mais estar.
Depois de um longo tempo é que tudo está começando a feder, o cheiro de fossa está contaminando o ar, antes ele estava preso num boeiro, mas quando o cheiro é ruim, sempre acaba escapando.
Hoje, estou torcendo para que eu esteja errada.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Fora do castelo


Tenho esperado as quintas pra ele aparecer de blusa branca. Tenho feito planos, tenho sido bem mulherzinha nos meus sonhos. Outro dia até pensei em colocar mais gente no mundo, acredita? E esta nova gente não viveria no castelo do conto de fadas que idealizei, então percebam que devaneio estúpido eu tive. Mais gente correndo risco de sofrer aqui fora do castelo. Pois é, eu sempre tive certeza que paixão emburrecia, por isso, parei logo de pensar no assunto e continuarei adiando este papo pra que ele fique mais sério apenas daqui a muitos anos!
Os planos continuam e os objetivos vão se adequando ao que a vida me deu até agora e ao que consegui absorver dela.
Justiça? Depende de cada olhar.
Medo? Pode ser bom.
Ousadia? Fundamental.
Futuro? Esta palavra traz um pouco de medo. Sim, medo. Não tenho medo de ter medo. Tenho medo de não ter medo e medo de que as minhas tentativas sejam injustiçadas, porém, continuarei ousando, porque nunca consegui nada de outra forma.
Você pode nascer como uma linda flor, mas o vento vai ressecando suas camadas externas, e se você não buscar ar, sol e alimentos, você murcha. E a gente pode até fazer parte do mesmo jardim, mas se as nossas raízes não se entrelaçarem, não conseguiremos nos tocar. Faremos um arco-íris de cores na paisagem juntos com as outras flores, mas voltaremos a ser unidades quando ninguém estiver olhando.
Está tudo misturado, uma pitadinha de racionalidade, muitas de amor e um turbilhão de esperança. Eu, por enquanto, vou tentando fazer com que as doses de realidade sejam um pouco menores, para que não atrapalhem os meus sonhos, nem intimidem minha ousadia.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

3 de maio


Ele nasceu no dia três de maio, taurino, personalidade forte, menino levado, adolescente ousado, homem de família, teve mulheres, filhos, amou seus pais como todos os cristãos devem amar. Aprendeu muito com a vida e fez muita gente aprender também, inclusive com a falta que ele faz hoje em dia, a gente continua aprendendo.
Saudades, sempre!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Jogo do amor


Teoria da conspiração, jogo do contra, falta de parceria, desentendimento, insultos, falta de afeto. Nada disso combina com meu par. Meu par joga frescobol, onde as regras consistem em jogar para que eu também acerte e não para que eu erre. É assim que eu jogarei com ele também, para que ele acerte, porque se um dos dois deixar a bola cair, os dois perdem o jogo. Essa teoria é velha e todos deveriam saber, mas às vezes precisamos relembrar.

Fim!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Nós e eles


“Você pra mim foi o sol de uma noite sem fim”...hahaha! Não é isso, isso é brega, a gente reprime o brega, não curte mel, repudia juras de amor e muito menos, trocadilhos que envolvam sentimentos e natureza que são sempre tão clichês, para exemplificar o que sentimos.
Eu e ela gostamos, sentimos e.... amamos? Ui! Isso é forte, mas vai lá, a gente também ama. Temos carcaças perfeitas que atraem por tamanha beleza e mistério, que no fundo, nos protegem. Precisamos de proteção, mas não queremos que ninguém, além de nós mesmas, nos proteja, queremos ser donas de tudo, fazer nossa própria proteção. A gente se afasta das pessoas que são eternamente frustradas, daquelas que depositam todos os seus sonhos num único objetivo. Vamos nos afastar delas para que não nos contagiem com suas vidas melancólicas. Vamos vestir vestidos bonitos e saltos altos, usar jóias e todo tipo de acessórios brilhantes, mas não vamos usar a cor da moda se esta não cair bem. Vamos usar os termos que seduzem. Seduzimos por puro prazer e vaidade. Já nos enchemos de tudo que queríamos, e agora vamos para a casa, felizes e satisfeitas. Nós nos alimentamos apenas disso. Todos já foram atraídos, conquistados, este objetivo já foi e nos preparamos para o próximo.
Eu e ela sairemos novamente, diremos “nãos”, observaremos pessoas patéticas, curtiremos a noite como a maioria das pessoas não entende, continuaremos sendo o alvo. Eles olham, admiram, ficam inquietos, desconcertados, tentam entender e até explicar, tentam se aproximar, tocar, seduzir também, mas o nosso brilho intimida. Apenas os patéticos mais ousados se aproximam, mas coitados, se afastam rapidamente quando percebem que não entendem, e é apenas por isso, que foram atraídos.
O que as pessoas não sabem é que eu e ela amamos com egoísmo, amamos nós mesmas, com interesses, é claro. Buscamos a felicidade, que não é a mesma que eles buscam, é apenas a nossa felicidade, que já foi sentida num instante, naquele em que chegamos.
Vocês podem ir lá para seus refúgios, corram para falar besteiras com quem podem trocar indecências e falar qualquer coisa inútil. Nós continuaremos aqui.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

The E.N.D. – A energia nunca acaba



Hoje estou como eu realmente gosto de ser.

Ontem eu acordei boazinha e o mundo conspirou contra mim. Me ligaram logo cedo pra brigar, depois muito trabalho num escritório, as pessoas paravam na minha frente na rua pra impedir minha passagem, a caixa do supermercado colocava lentamente as coisas nas sacolas, e não era por cuidado, pois se fosse, ela não misturaria gelados com pães. Então só poderia ser pura sacanagem mesmo, sadismo, vontade de me sacanear. E desta forma, todas as pessoas do mundo se organizaram num complô contra mim, e resolveram me irritar ontem, só porque eu acordei bem.

A noite fui pra casa, estava cansada e faminta, tive medo até de tomar banho, ois poderia escorregar na banheira, esbarrar na tomada e morrer eletrocutada. Minha energia foi esgotada e deixada aos poucos, num canto e no outro da cidade, onde tudo dava errado e todos maquinavam contra mim. Mas eu sempre tenho um final feliz, pra desespero de muita gente, que curte um roteiro dramático com final trágico. Me desculpem, mas é o que acontece comigo. Eu também curto um final trágico nos filmes, é sempre mais interessante, mas na vida real, definitivamente, não. Então aos quarenta e cinco do segundo tempo, vieram as boas novas sobre trabalho, família e outras coisas que mostravam bons presságios para o futuro. Por fim, fizeram o convite, eu aceitei, saí, bebi, comemorei, dormi e mais nada de ruim aconteceu comigo. E foi assim que terminou o dia que começou mal, mas terminou bem. Coisa chata de se ler, não é? Legal mesmo é contar tragédias. Muito mais atraente.

Hoje, não acordei boazinha, to de olhos bem abertos pras pessoas na rua, apesar da cabeça estar doendo e a luz do sol incomodando. Ninguém parou na minha frente ainda.
Tive grandes idéias, planos extraordinários, e é assim que eu realmente gosto de mim, dosada, nem boa, nem ruim, hoje eu tô no ponto, pedirei licença e andarei rápido.

Link Apocalypse Now Intro (The Doors - The End)- http://www.youtube.com/watch?v=1b26BD5KjH0

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Filho feio também deveria ter pai.


Gostaria de ver o dia em que as pessoas assumissem suas cagadas. É o famoso ditado que diz – filho feio não tem pai. Engraçado que na hora de fazer as merdas ninguém tem vergonha de nada, mas depois na hora de dizer – “Sim, fui eu que fiz. O filho é meu!”, muito curioso que nesta hora surge a vergonha que não surgiu no momento de realizar a cagada. Pregar a hipocrisia e os bons costumes por aí é o que gostam de fazer. Enchem a boca pra falar de suas virtudes e só assumem qualquer defeito se o defeito também puder ser transformado em virtude. É! Porque hoje em dia tem defeito que está na moda, e estes, todo mundo gosta de assumir.
Como eu sempre tento tirar proveito de todas as situações, concluí que ter oportunidade de identificar estas pessoas também está me ajudando a fazer o meu processo de seleção natural da espécie entre o meu pequeno e seleto círculo de amizades, ou seja, pude perceber que algumas pessoas eram mentirosas, falsas e/ou de caráter duvidoso e esta é a parte boa, ter a opção de me afastar e evoluir, seguindo a teoria de Darwin, sem culpa nem dó de ninguém, pois na teoria da evolução, as novas gerações serão novas raças melhores, e as que não se adaptam, realmente não precisam mais existir, e no meu caso significa, não fazerem mais parte da minha vida.
Cada vez mais eu acredito menos na humanidade e cada vez mais valorizo meus verdadeiros amigos. Todos eles erram, pois vivem. Vivendo a gente erra mesmo, impossível evitar, mas dignidade para assumir e conviver com as conseqüências é raríssimo, e eu acredito que meus verdadeiros amigos tenham esta qualidade.
Uma dica – Se você tiver um filho feio, não o deixe solto por ai, ele pode cair no colo de qualquer um por engano. Assuma o seu filho e cale a boca dos críticos, pois nem eles tem moral para falar de você, e talvez, muito menos eles.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O dia




Pela manhã com o cliente:
- cliente: preciso de um Audi, mas só tenho dinheiro para fusca, dá pra fazer?
- eu: . . .
- eu: vou ver o que consigo e te retorno, ok?
- cliente: ok, mas é urgente!
EU FIQUEI: irritada.

Pela tarde com a amiga:
- amiga: hoje é quarta, vamos nos encontrar para conversar?
- eu: vamos.
- amiga: programa não alcoólico?
- eu: sim, perfeito. não vamos à academia e vamos comer? :-)
- amiga: topo. e depois um vinho na minha casa?
- eu: topo
EU FIQUEI: bem.

Pela noite com o namorado:
- namorado: já ta bebinha?
- eu: me diz se você fez isso.
- namorado: não. acredita em mim?
- eu: sim. qual é a outra opção?
EU FIQUEI: com sono.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Batatinha frita ou sauté?


Eu não sou perfeita, porque perfeição não existe, apenas por isso. A minha imperfeição consiste em indisciplina, falta de jeito, que seja para caminhar sem tropeços, literalmente ou para esbarrar na bandeja do garçom. E quando o inesperado acontece, quando alguém gosta desse meu jeito, eu também não aceito que me aceitem assim. Tento piorar o que sou, ou começar a agir corretamente para ver se a pessoa que aceita meus defeitos, seria capaz de tolerar também as minhas virtudes. Certinha e controladinha, eu também posso ser.
Amigo que é amigo não te julga, te aceita. Namorado que é namorado, tem que ser amigo, não pode te julgar e tem que te aceitar, mas se o cara conseguir tudo isso, eu desalinho.
Batata frita é o aperitivo mais divertido, é a preferência nacional, combina com chope e até as crianças gostam, pode não participar do seu dia-a-dia, mas uma vez ou outra cai bem.
Batata sauté acompanha comidas, não são servidas como aperitivos, mas geralmente acompanham um prato que a maioria também gosta, o strogonoff.
Tem dias que saio para beber, mas tem dias que saio para comer. Tem dias que o espelho me canta, tem dias que ele me rejeita. Tem dias que o garçom cumprimenta, tem dias que eu não cumprimento. Tem dias que quero ser como a batata frita, a mais popular e facinha nas mesas, tem dias que quero ser batata sauté, nos restaurantes mais finos e requintados, sendo comida por quem não sabe o valor do prato. Pra quem me entender todos os dias, posso servir de petisco ou refeição principal, e ficando tão gostosinha, eu desalinho outra vez.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Inquieta


Sem paz interna. Os pensamentos voam pra lá e pra cá, acalmam e desesperam. Estou inquieta e ansiosa. Quero o tudo e o nada mesmo que seja clichê, eu não me importo. Penso em fazer e logo desisto. Anoto o que não posso desistir. Sigo com agendas, post it’s. Ainda existem muitas dúvidas, muitas incertezas, muitos caminhos novos. Alguém divide isso comigo, mas nem sabe o que divide. Nos dias em que a minha fúria interna briga comigo, ninguém me defende de mim mesma.
Existe remédio, paz, calma, algo que me defenda dos meus pensamentos?

Pequenas Mudanças


Os contratos não vão mudar o que eu sou, os pequenos gestos, sim. Aqueles que eu observo em você, me sensibilizam e vão me transformando um pouquinho a cada dia. Não adianta impor que ninguém funciona desta forma. Se não houver um porque, um interesse egoísta qualquer, ninguém se priva de algo para obter outro, se no final, não tiver lucrando. De repente eu percebi que mudei, certamente estou lucrando com isso, mas não foi num dia, chegando a uma conclusão qualquer que eu decidi que era melhor mudar, foi dentro de mim e tão aos poucos que nem eu percebi. As conclusões não vieram num instante, elas vieram em vários momentos fragmentados. Gotinhas caíram aos poucos. Não foi por alguém ou por alguma coisa, foi por mim, pro meu benefício, porque eu desejei e eu quis, mesmo que não tenha sido voluntário. Não existem ações que nos façam mudar, existem fatos que nos fazem entender que a mudança é necessária.

Eu sinto saudade da época em que eu era criança e eu molhava o biscoito maisena no chocolate quente, comia mingau, brincava de bonecas, corria de bicicleta na rua, contava as pedrinhas nas calçadas, fazia comidinhas com as folhas das árvores, depois da época adolê, em que eu trocava cartas com as amigas e tinha a caligrafia bonita, colecionava fotos, desenhava, perdia quatro quilos numa semana pra ir na festa do colégio, assistia a filmes americanos numa reunião de amigos, colava papéis de balas nas agendas, enfim, muita coisa simples e gostosa que vivi, que sinto saudade da época, mas que não curtiria reviver mais do que um dia no máximo. Se eu fosse fazer qualquer uma destas coisas hoje em dia, em algumas horas ficaria satisfeita e realizada, elas coisas não precisam mais fazer parte dos meus hábitos, aliás, elas nem cabem. Mudanças forçadas, necessárias e sim, porque eu quis, eu tive interesse em mudar. Assim como mudamos porque “evoluímos” com o tempo nestes pequenos hábitos, mudamos também no tratamento com as pessoas. Aprendemos a não sorrir demais e nem chorar demais na frente de qualquer um. Será que já aprendi isso?
Tô sentindo um ar frio, que não condiz com a temperatura do ambiente. Existe um ar de insegurança, misturado com insatisfação e medo, todos os sentimentos em doses muito pequenas, que estão mudando alguma coisinha em mim, e desta vez, acho que consigo perceber.
Você possui uma certa habilidade para se expressar através das palavras em alguns momentos, mas não demonstra claramente o que quer no olhar, não que eu não decifre este olhar, mas é que você usa óculos, lentes e todo tipo de artifício para se defender. Acho que preciso mudar mais para decifrar além dos escudos. Será que um dia a gente muda a este ponto? Será que ainda serei uma pessoa legal depois de tanto mudar? Se fosse óbvio, pra que precisaríamos de tantas transformações? Não está claro e eu tenho que seguir até descobrir.

terça-feira, 23 de março de 2010

____________ D D A ____________


Nem adianta eu me martirizar com a pergunta “porque eu sou assim?”. Vou perder tempo novamente. Mas estou indignada comigo mesma. Sim, este é um daqueles dias. Eu passo o dia especificando detalhes pros meus clientes, gramaturas, número de cores, processos de impressão, acabamentos, detalhes, etc, mas na minha vida pessoal, consigo ser um desastre às vezes. Eu penso – “tenho que levar o edredon pra lavanderia”, e depois descubro que na semana passada eu pensei o mesmo e levei o edredon, que estava lá há uma semana esperando que eu fosse buscá-lo. Às vezes acho que a culpa não é minha, é dos outros, porque esta meleca de lavanderia que é a mais próxima da minha casa e que tem o meu cadastro e me vê pelo menos de quinze em quinze dias deveria me entregar o edredon sem eu ter que ir buscar, já que a entrega nem é cobrada e meu prédio fica do outro lado da rua. Eu comprei um relógio lindo com a foto do Chico Buarque, que já está pendurado na parede da sala há um mês sem funcionar. Ele só está pendurado porque já havia um prego, ou seja, menos uma etapa, porque se eu tivesse que colocar o prego, levaria mais tempo, só que ele não funciona ainda porque não comprei pilhas. Uma coisa tão idiota comprar pilhas. Saio pra almoçar, pra ir a academia, pra ir à loja, ao salão, ao raio que me parta e sempre passo por lojas e supermercados que vendem pilhas, mas sou incapaz de lembrar do relógio da sala nestes momentos. Hoje eu saí com uma anotação pra fazer isso então não pude esquecer. Cheguei em casa toda feliz, louca pra ver o relógio funcionar, fui colocar as pilhas e percebi que comprei o tamanho errado. Deu tanta raiva de mim que não consigo explicar. Eu não sou capaz de focar em coisas simples, dar uma olhadinha atrás do relógio antes de sair pra comprar, de ter comprado logo a meleca das pilhas, enfim, fiquei tão puta que pensei – “O relógio do Chico é lindo funcionando ou não e eu nem uso mesmo ele para ver as horas. Dane-se se os ponteiros continuam parados. Humpf!”. Um dia fui diagnosticada como DDA e minha psicóloga indicou pra eu ler “Mentes Inquietas” e eu li. Amei o livro, me identifiquei e concordei com ela, me confortou ver o lado negativo, que eu já conhecia, mas também o positivo deste diagnóstico. Diz que sou desatenta, hiperativa e impulsiva, no primeiro momento, pensei, tragédia total, vou me matar! Depois ao decorrer do livro constatei muitas coisas boas que não vou falar aqui porque hoje não estou aqui para vender meu peixe, mas o que importa é que me fizeram me sentir bem e percebi que posso direcionar estas minhas qualidades a meu favor. A vida é assim, não dá pra ganhar em todas as situações. Posso não ser capaz de comprar uma pilha pra mim, mas também não fico enchendo HD da minha mente com probleminhas idiotas. E por fim, estou bem comigo mesma, mais uma vez.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Eu tenho a sorte de um amor tranqüilo.


Nariz, boca e barba que eu amo, cheiro que penetra na minha pele e me deixa com saudade o dia inteiro. Ombros que me abraçam perfeitamente. Mãos que me excitam. Papos agradáveis, sendo descontraídos ou não. Alerta vermelho, sinal de perigo. Contraí a doença da paixonite aguda, que deixa a gente babaca com sorriso bobo na cara, mesmo quando estou andando sozinha na rua, e desta vez, estou perdendo o medo, estou vivendo sem remédios. Sem rejeitar a doença, apenas me adaptando a nova forma de viver.

Se tudo o que estou vivendo for verdade, se daqui há um tempo ninguém me acordar com um beliscão dizendo – “Ei, acorda! É sonho!”. Eu tenho a sorte de um amor tranqüilo, finalmente. Será que é verdade? Nem eu acredito que ele sabe que quando estou com medo é para me abraçar, me confortando sem fazer perguntas. Ele retribui minha preocupação com ele. Ele cuida de mim e me dá carinho ao mesmo tempo em que quase me mata de tanto tesão. Será que descobri o segredo do sucesso dos relacionamentos? Um amigo perfeito que também te satisfaça sexualmente? O bom humor em que a gente vive, mesmo disfarçado de mau humor, que ocorre apenas nas manhãzinhas em que já acordamos com saudade? Ele não tem medo de demonstrar suas fragilidades, que pra mim são pormenores. Ele também sabe quais são as minhas e não as usa como armas contra mim.

Esse fim de semana foi mais um destes em que ficamos tristes no final, porque terminou, mas felizes, pensando no próximo e já entrando em contagem regressiva, para que chegue o próximo. Tivemos dias de conversas fúteis, onde dávamos gargalhadas de nossas próprias derrotas e deslizes, e também tivemos dias em que os papos foram mais profundos e intensos. Em todos os momentos percebi e constatei que o homem que está comigo é tão admirável que cheguei a ficar orgulhosa. Ele observa, ele sente, ele fica indignado, ele quer ajudar, ele se preocupa com a família biológica e a família que vai conhecendo pelo mundo. Eu como boa aquariana, que me preocupo com a humanidade, fico feliz vendo uma pessoa que sente tudo isso de verdade, uma raridade hoje em dia. E além de ficar feliz por esta pessoa existi, saber que este é o homem que eu amo, e que a cada dia está me deixando mais feliz, retribuindo em gestos, atitudes e palavras. Torço para que este entusiasmo e vontade nunca passem, pois parece que estou vivendo um sonho e não quero acordar.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Eu sei escrever que sou quem você gosta de ler.


As palavras saem de qualquer forma, não precisam ter um porque, elas apresentam uma não –realidade. Quem as pessoas desejam ser? Todos fizeram marketing pessoal? Todos querem se vender? Se você curte samba, eu também curto, gato! Se você curte funk ,eu ando de shortinho. Se você bebe, eu sou alcólatra! Se você quer lésbicas, eu to pegando uma mina. Eu sei escrever que sou o que você gosta de ler, saca? Mas não faço porque acho um saco e eu não te curtiria se você curtisse assim. Todos dizem ser legais, todos já sabem como agradar o público alvo. Tá chato! Tá chato! Tá chato! Por que eu me irrito tanto com isso? Por que eu jogo contra mim? Eu saberia dizer o que agrada se eu quisesse, mas eu tenho asco de quem faz isso, com exceção dos verdadeiros publicitários que vendem produtos e se vendem no mercado de trabalho. Se vender fingindo ser o que as pessoas querem que você seja é apenas apelação. Ser do jeito que a gente é, faz a gente encontrar amigos e parceiros que tem a ver e nos acham interessantes, e se não acharmos ninguém. Nenhuma pessoinha que se identifique com os mesmos hábitos ou manias ou gostos, realmente significa que não somos interessantes para mais ninguém além de nós mesmos, aí o conselho é – mude de planeta. Mas graças a Deus a ciência ainda não achou nenhum caso assim.
Lamento, tenho pena. O mundo ta ficando triste. Eu não consigo pensar em dizer coisas bonitinhas pra agradar mesmo que eu quero agradar, por mais que seja pro meu próprio bem, e por isso, continuo jogando contra o meu time. Meu placar está sempre ameaçado. Se não fosse a vida real, eu já teria perdido o jogo. Ainda existem pessoas que gostam de mim, não porque leram um anúncio falso que escrevi sobre quem sou, e sim porque tiveram oportunidade de me conhecer de perto. Não to a fim de escrever anúncios “Aquariana 28 procura:” na internet.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Identidade


Me identifico lendo bulas de remédio, todos os anti depressivos e ansiolíticos, lendo horóscopo, todos os tipos de horóscopo, chinês, asteca, grego, das árvores, todos. O engraçado é que sou cética. Em alguns dias eles erram porque quando eu não gosto, eles erram.Nesses dias eu esqueço tudo que li e penso - Ai, estes horóscopos feitos por estagiários! Affffff!!!!!! Quanto as bulas, eu acho bom saber quem tem gente estudando pra me compreender e me medicar. Tão bom saber que além de mim tem mais gente pedindo aquele remedinho na farmácia, também é bom saber que outras pessoas que andam nas ruas além de mim estão sendo regidas pelo mesmo planeta no mesmo mo mento que eu, ou seja, se eu surtar, todos que nasceram no mesmo dia que eu ou em datas próximas surtarão também? Incrível, né? Depois chego na drogaria e peço - Moço, o de dormir e o de acordar, por favor! Antes eu achava triste fazer isso, mas agora acostumei. Só não curto pessoas que se auto rotulam e assim se vendem dizendo – “somos amigas tarja preta”. Arrrgggggghhhhh!!!!! Como isso me irrita. Abrindo uma aspas aqui na minha felicidade para comentar que a outra que também possui o meu nome, mas nunca chegou perto de se parecer comigo e que, apesar de já ter tido o mesmo affair, gosta de dizer isso. Talvez pra tentar ser alguma pessoa interessante que não consegue ser buscando rótulos e pessoas iguais. Enfim, ela me imitava e isso já me irritava antes, hoje em dia irrita mais ainda quando lembro que ela me imitava. Querida, deixe os rótulos apenas para os remédios OK????? Ele faz bem pra sua vida de um jeito e pra minha de outro. Não sei como a pessoa que é capaz gostar de mim já foi capaz de gostar também da mulherzinha que com dez anos a mais que diz este tipo de coisa. Se fosse admirável ou qualquer coisa, todos estes preconceitos sumiriam aos poucos, mas nem era. Enfim, Freud explica, mas eu ainda não estudei tanta psicologia. Fechando aspas, gosto dos rótulos que estão no remédio pra pedir pro moço da farmácia, não em mim, mas pra me identificar é bem mais fácil, é só pegar uma bula de um dos remédios que diz: indicado para casos de ansiedade, tensão, medo, apreensão, intranqüilidade, dificuldades de concentração, irritabilidade, insônia e/ou hiperatividade neurovegetativa, resultando em manifestações somáticas variadas, e também ler meu horóscopo que diz: o aquariano é progressista, independente e altruísta. Embora individualista é temperamental, humanitário e voltado para os problemas coletivos. É imprevisível e inventivo. Sim, esta sou eu! E fico tranqüila só de ler que o comprimidinho vai resolver minha ansiedade e minha insônia. É apenas isto!


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A frase que não sai da mente hoje e que se encaixa tão bem que acho que quem entende somos apenas eu, a escritora e quem está sentindo:

É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei pra você fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade”

by maravilhosa Clarice Lispector.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Intolerância


Eu estava atravessando a rua ouvindo um papo chato de um cara que falava alto já definindo a pessoa na minha mente antes de olhar – é pobre, quer aparecer, é feio e não come ninguém se não for pagando. Bingo! Olhei pra trás e tinha um careca de óculos, branquelo, de físico indescritível, e o papo era o seguinte – “Sério que você vai querer ir ao japa amanhã comigo?” - Meu Deus!!!!! Meu Deus!!!! Meeeeeeu Deus! Não acredito. Tadinho, o cara nem acreditava que alguém queria sair com ele e olha que ele se empenhou, chamou logo pra um japonês em vez de chamar pra um chope. É tudo tão previsível, como tem gente que não saber reconhecer este tipo de pessoa e alguns outros tão clichês? Afff!!! Cara chato!!!! A mulher deve ser mais chata que ele de tamanha carência de aceitar ir num japa com um cara assim. Algumas sabem que é armadilha pra que depois ele a leve pro motel ou pra casa, enfim, pro abatedouro e outras ainda acham que ele quer ser apenas gentil e conversar, mas o que elas acham não importa, porque mulher que cai neste papo e aceita convite de um cara de nerd feio e chato é do mesmo nível, o problema é que este tipo de pessoa no mundo me incomoda. Até porque a minha presença agride eles da mesma forma que as presença deles no mundo também me agride.

No outro lado da rua existiam três bares, um ao lado do outro, um tinha chope pro pessoal que diz que ta na firma até tarde e engana a madame bebendo depois do trabalho, no outro tinha cerveja de garrafa pra turma sempre dura de universitários e o outro era um restaurante com varandinha pras pessoas que levam a família junto pra tomar goles de qualquer coisa alcoólica. Enfim, três bares, três situações, mas todos bebendo e eu ali atravessando a rua, voltando de uma obrigação e me direcionando a outra pensando que os seres humanos não seguem mais instintos hoje em dia. Porque eu sigo regras, relógios, tenho documentos, falo educadamente, só deito pra dormir quando o dia não está ensolarado... Enfim, mas também, parei e pensei melhor, esse lance de seguir instinto é complicado, porque meu instinto diz que quero beber, não quero dormir a noite, nem ser educada, mas em compensação, ah, em compensação não existe nada! Nada que me console, eu quero e pronto!

Eu não tenho explicação para o que sinto, mas sei eleger os culpados quando eu quero e quem me incomodou naquele momento, foi o nerd do telefone, por isso eu coloquei o pé na frente dele pra ele tropeçar e dane-se se ele não tem culpa de nada, no momento , eu achei que tivesse, e ai? Eu queria beber e além daquela vontade reprimida me sufocar, ele além de existir ainda berrava! Humpf!


Para ter algo que nunca se teve, é preciso fazer algo que nunca se fez.

Quando Deus nos tira alguma coisa, Ele não está nos punindo, simplesmente está abrindo nossas mãos para que tenhamos como receber algo melhor. Algo muito bom, que você já está esperando há algum tempo.

Chega uma hora na vida em que você descobre:
Quem interessa,
Quem nunca interessou,
Quem não interessa mais...
E quem ainda vai interessar.
Portanto, não se preocupe com quem já fez parte do seu passado; há um motivo para não estarem no seu futuro.

terça-feira, 9 de março de 2010


Cheios de personalidade!

Caramba! As meninas de 20, não de 20 e muitos como eu, mas 20 e poucos, essa diferençazinha de uma década mais ou menos. Elas não tiveram vergonha da primeira menstruação nem de falar sobre sexo na frente de qualquer um, não que devessem ter, mas os pais delas, uma década mais velhos que os meus, acho que já deveriam lidar melhor com tudo isso. Talvez porque a minha criação também foi meio atrasada, família meio conservadora, na verdade já existiam famílias mais moderninhas que a minha, que entendiam mais os filhos que faziam supostas besteirinhas. Vou parece r uma velha antiquada aqui falando, mas o que tem me chamado muito a atenção é como as informações chegaram tão rápido para esta nova geração de 20 e como estes “teenagers” tem utilizado as informações que chegaram tão cedo até eles. Porque antes apenas os boêmios, poetas e escritores tinham a liberdade literária de escrever seus pensamentos mais impuros porque a idéia era demonstrar que o ser humano também tem seu lado obscuro, que não é aquele tão bonito que a minha geração, depois de ter asssitido tantas gerações anteriores, foi treinada para demonstrar, não participamos, mas estudamos e admiramos as revoluções sociais, os escritores tinham autoridade para provocar, despertavam revolta nos conservadores e alcançavam as mentes mais abertas chegando ao propósito de gerar reflexões. Na década de 90, a geração saúde, que vestia calça “centrope”, blusinha “baby look” e “camisa mamãe-sou-forte”, geração que mostrava corpos malhados e pregava estilo de vida saudável. Todos queriam fazer concurso público ,e quem se especializasse em tecnologia, teria emprego certo no mercado de trabalho, pois era o mercado promissor, sim nisso acertaram!..rs. Mas não foi qualquer um que estudou isso e se deu bem. Era uma geração com outra cara, agora, ano 2010 as pessoas continuam nesta tendência retrô e saudosista que sempre existiu de resgatar as gerações passadas, a humanidade sempre será assim, porém se aproveitam do conhecimento que chegou mais cedo para unir a moda e a informação de como o mundo te aceita. Eles já sabem disso. Eles descobrem muito cedo que tem que criar uma personalidade logo, criar uma identidade diferente, coitados, na minha opinião, fracassam um pouco nisso, porque nesta de tentar ser diferentes, não entendo como eles não percebem que estão cada vez mais iguais em todos os lugares do mundo. Assim como o movimento punk que surgiu como uma revolta aos padrões sociais e pregava que eles eram “sem estilo” e começaram a fazer coisas tão diferentes para fugir do padrão, que criaram um estilo, ou seja, ninguém foge de ter um estilo. O corte de cabelo moicano por exemplo, hoje em dia é mais usado por gays e isso deixa os punks de verdade muito revoltados, vai entender, né? Eles não lutavam por liberdade de expressão? Isso demonstra que é muito difícil alguém criar um estilo e sustentar suas ideologias. E esta nova geração descobriu isso sem ter que passar na pele, apenas observou. Sortudos? Sei lá, eles tem esta vantagem se ter descoberto como o mundo aceita as pessoas, em grupos, em classificações e em rótulos, eles descobriram muito mais cedo e por isso eles se auto-rotulam antes que qualquer pessoa aponte o dedo e digam algo sobre eles, eles não permitiram ser classificados, eles tiveram oportunidade de estudar os grupos que já existiam e entrar num deles ou criar um genérico que também é modinha e cool. Eles tiveram oportunidade de se auto classificar antes que qualquer um os classificasse porque encontraram seu bando pra seguir um estilo. Eu particularmente, falando de moda, aprovo esse visual retrô anos 80, por exemplo na moda, mas fico abismada por outro lado vendo as meninas de 20 assumindo ter tesão em outras meninas, antes mesmo de descobrirem sua total sexualidade para depoiis afirmar isso, ou em animais, experimentando ácidos, admirando bares e o próprio fracasso. Acham engraçado quando um amigo bêbado dormiu na praça e foi estuprado por um mendigo, acham graça que a amiga vomitou na porta da boate e depois acordou com o taxista bulinando. Eu me preocupo com os valores. Apesar de já ter tomado muitos porres, adorar cigarro e bebida, meu inconsciente de bêbada acho que me protegeu e me lembrou a criação que tive apesar da lama muitas vezes, e o estar entre amigos que não achariam graça nisso, também, pois eu não acharia legal acordar sem saber com quem e agradeço porque não descobri nenhum destes prazeres antes do tempo que eu realmente achei necessário passar na vida com regras. Vejo um culto as coisas erradas que me assusta. Sim, é realmente muito saudável saber lidar com os próprios defeitos a ponto de conseguir rir deles, isso é saber levar a vida numa boa, mas fazer dos defeitos um troféu e seguir em busca deles pra ter personalidade? Me poupe, estão exagerando.

segunda-feira, 8 de março de 2010


Medo

A vida volta na segunda. Depois de um fim de semana de profunda reflexão, em que me reencontrei com o mar, reencontrei a família, que não era minha, a dele, a família de quem eu amo, de quem não imaginei que pudesse mais amar, mas amo mais a cada dia, eu já conhecia, mal conhecia, mas conheci de novo, em outra circunstância porque agora estamos juntos e isso era novo pra mim, pra eles, o que me deixou sem graça, sem informação, sem saber como agir. Devem ter me achado uma mulher muito chata, mas enfim, eu travei. Pensei na vida, em quem eu fui, em quem eu pensei que seria em quem eu realmente consegui me tornar, em quem eu sou hoje. Reflexões, família, saudade de quem se foi nesta data, 8 de março, dia internacional da mulher, dia que perdi quem eu não merecia perder. Ninguém merece perder um pai, ninguém! As vezes a vida não é justa, mas continuamos. No meio de tudo isso que vivo, penso como as coisas seriam diferentes se ele estivesse aqui comigo. Meus pensamentos estão distantes de todos que me cercam. Será que eu estou me distanciando de mim, das pessoas ou me conhecendo? Sei que na segunda-feira, primeiro dia útil, a gente não tem mais oportunidade de pensar tanto, a vida retoma de qualquer jeito, a gente querendo ou não, o cotidiano, a rotina, o trabalho, as obrigações, tudo faz com que eu pense que não posso mais “perder” tempo, e devo seguir. E isso é bom. Descobri meu grande amor e tenho um futuro de trabalho muito bom se eu seguir em frente. Então porque este sentimento de angustia dentro de mim? Porque quando finalmente encontro as respostas, eu fico com medo, pois tenho que seguir agora e não tenho chances de errar, é assim que me sinto. Agora que encontrei o caminho, a responsabilidade de seguir em frente e fazer com que tudo dê certo é grande demais. Parece que me mostraram o caminho e que se eu errar justamente agora, a culpa será apenas minha. Me deram os instrumentos e eu tenho obrigação de saber usa-los e de ser feliz com eles. Estranho, né? Tanta felicidade que me preocupa e não me deixa relaxar, ter o momento puro de felicidade, como eu estava tendo há alguns dias atrás, antes de parar pra pensar que eu encontrei tudo o que eu busquei. Mas e agora? Tenho medo, confesso, me sinto uma covarde, que acho que nem é uma palavra adequada, mas covarde por não confiar tanto em mim de repente. Já realizei coisas que surpreenderam a mim e aos outros, sinto que já fui mais forte. Agora não sei de onde vou tirar mais forças. Será que terei mais quando eu precisar? Tenho medo, não adianta, eu tenho, assumo. Medo de perder tudo que parece estar nas minhas mãos agora, mas que não é concreto. Nada é concreto. Como agir com tudo isso? A gente procura, encontra, e depois não sabe como agir. Eu sei que não posso deixar o medo me imobilizar, que devo seguir em frente. Já me sinto velha por ter passado tanta coisa, mas sei que não foi nem a metade, mas antes dos 30, sou uma sortuda, a vida está me mostrando os caminhos. Doeu perder tanta gente, aprendi caminhando sozinha, aprendi sendo feliz e perdendo outros homens e agora junto tudo isso, pego os instrumentos que tenho nas mãos e sigo com esse medinho que apavora, mas com a obrigação de fazer as coisas darem certo. A resposta é seguir em frente. E coragem não é uma opção, e sim a única alternativa.