quarta-feira, 10 de março de 2010

Intolerância


Eu estava atravessando a rua ouvindo um papo chato de um cara que falava alto já definindo a pessoa na minha mente antes de olhar – é pobre, quer aparecer, é feio e não come ninguém se não for pagando. Bingo! Olhei pra trás e tinha um careca de óculos, branquelo, de físico indescritível, e o papo era o seguinte – “Sério que você vai querer ir ao japa amanhã comigo?” - Meu Deus!!!!! Meu Deus!!!! Meeeeeeu Deus! Não acredito. Tadinho, o cara nem acreditava que alguém queria sair com ele e olha que ele se empenhou, chamou logo pra um japonês em vez de chamar pra um chope. É tudo tão previsível, como tem gente que não saber reconhecer este tipo de pessoa e alguns outros tão clichês? Afff!!! Cara chato!!!! A mulher deve ser mais chata que ele de tamanha carência de aceitar ir num japa com um cara assim. Algumas sabem que é armadilha pra que depois ele a leve pro motel ou pra casa, enfim, pro abatedouro e outras ainda acham que ele quer ser apenas gentil e conversar, mas o que elas acham não importa, porque mulher que cai neste papo e aceita convite de um cara de nerd feio e chato é do mesmo nível, o problema é que este tipo de pessoa no mundo me incomoda. Até porque a minha presença agride eles da mesma forma que as presença deles no mundo também me agride.

No outro lado da rua existiam três bares, um ao lado do outro, um tinha chope pro pessoal que diz que ta na firma até tarde e engana a madame bebendo depois do trabalho, no outro tinha cerveja de garrafa pra turma sempre dura de universitários e o outro era um restaurante com varandinha pras pessoas que levam a família junto pra tomar goles de qualquer coisa alcoólica. Enfim, três bares, três situações, mas todos bebendo e eu ali atravessando a rua, voltando de uma obrigação e me direcionando a outra pensando que os seres humanos não seguem mais instintos hoje em dia. Porque eu sigo regras, relógios, tenho documentos, falo educadamente, só deito pra dormir quando o dia não está ensolarado... Enfim, mas também, parei e pensei melhor, esse lance de seguir instinto é complicado, porque meu instinto diz que quero beber, não quero dormir a noite, nem ser educada, mas em compensação, ah, em compensação não existe nada! Nada que me console, eu quero e pronto!

Eu não tenho explicação para o que sinto, mas sei eleger os culpados quando eu quero e quem me incomodou naquele momento, foi o nerd do telefone, por isso eu coloquei o pé na frente dele pra ele tropeçar e dane-se se ele não tem culpa de nada, no momento , eu achei que tivesse, e ai? Eu queria beber e além daquela vontade reprimida me sufocar, ele além de existir ainda berrava! Humpf!

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