terça-feira, 9 de março de 2010


Cheios de personalidade!

Caramba! As meninas de 20, não de 20 e muitos como eu, mas 20 e poucos, essa diferençazinha de uma década mais ou menos. Elas não tiveram vergonha da primeira menstruação nem de falar sobre sexo na frente de qualquer um, não que devessem ter, mas os pais delas, uma década mais velhos que os meus, acho que já deveriam lidar melhor com tudo isso. Talvez porque a minha criação também foi meio atrasada, família meio conservadora, na verdade já existiam famílias mais moderninhas que a minha, que entendiam mais os filhos que faziam supostas besteirinhas. Vou parece r uma velha antiquada aqui falando, mas o que tem me chamado muito a atenção é como as informações chegaram tão rápido para esta nova geração de 20 e como estes “teenagers” tem utilizado as informações que chegaram tão cedo até eles. Porque antes apenas os boêmios, poetas e escritores tinham a liberdade literária de escrever seus pensamentos mais impuros porque a idéia era demonstrar que o ser humano também tem seu lado obscuro, que não é aquele tão bonito que a minha geração, depois de ter asssitido tantas gerações anteriores, foi treinada para demonstrar, não participamos, mas estudamos e admiramos as revoluções sociais, os escritores tinham autoridade para provocar, despertavam revolta nos conservadores e alcançavam as mentes mais abertas chegando ao propósito de gerar reflexões. Na década de 90, a geração saúde, que vestia calça “centrope”, blusinha “baby look” e “camisa mamãe-sou-forte”, geração que mostrava corpos malhados e pregava estilo de vida saudável. Todos queriam fazer concurso público ,e quem se especializasse em tecnologia, teria emprego certo no mercado de trabalho, pois era o mercado promissor, sim nisso acertaram!..rs. Mas não foi qualquer um que estudou isso e se deu bem. Era uma geração com outra cara, agora, ano 2010 as pessoas continuam nesta tendência retrô e saudosista que sempre existiu de resgatar as gerações passadas, a humanidade sempre será assim, porém se aproveitam do conhecimento que chegou mais cedo para unir a moda e a informação de como o mundo te aceita. Eles já sabem disso. Eles descobrem muito cedo que tem que criar uma personalidade logo, criar uma identidade diferente, coitados, na minha opinião, fracassam um pouco nisso, porque nesta de tentar ser diferentes, não entendo como eles não percebem que estão cada vez mais iguais em todos os lugares do mundo. Assim como o movimento punk que surgiu como uma revolta aos padrões sociais e pregava que eles eram “sem estilo” e começaram a fazer coisas tão diferentes para fugir do padrão, que criaram um estilo, ou seja, ninguém foge de ter um estilo. O corte de cabelo moicano por exemplo, hoje em dia é mais usado por gays e isso deixa os punks de verdade muito revoltados, vai entender, né? Eles não lutavam por liberdade de expressão? Isso demonstra que é muito difícil alguém criar um estilo e sustentar suas ideologias. E esta nova geração descobriu isso sem ter que passar na pele, apenas observou. Sortudos? Sei lá, eles tem esta vantagem se ter descoberto como o mundo aceita as pessoas, em grupos, em classificações e em rótulos, eles descobriram muito mais cedo e por isso eles se auto-rotulam antes que qualquer pessoa aponte o dedo e digam algo sobre eles, eles não permitiram ser classificados, eles tiveram oportunidade de estudar os grupos que já existiam e entrar num deles ou criar um genérico que também é modinha e cool. Eles tiveram oportunidade de se auto classificar antes que qualquer um os classificasse porque encontraram seu bando pra seguir um estilo. Eu particularmente, falando de moda, aprovo esse visual retrô anos 80, por exemplo na moda, mas fico abismada por outro lado vendo as meninas de 20 assumindo ter tesão em outras meninas, antes mesmo de descobrirem sua total sexualidade para depoiis afirmar isso, ou em animais, experimentando ácidos, admirando bares e o próprio fracasso. Acham engraçado quando um amigo bêbado dormiu na praça e foi estuprado por um mendigo, acham graça que a amiga vomitou na porta da boate e depois acordou com o taxista bulinando. Eu me preocupo com os valores. Apesar de já ter tomado muitos porres, adorar cigarro e bebida, meu inconsciente de bêbada acho que me protegeu e me lembrou a criação que tive apesar da lama muitas vezes, e o estar entre amigos que não achariam graça nisso, também, pois eu não acharia legal acordar sem saber com quem e agradeço porque não descobri nenhum destes prazeres antes do tempo que eu realmente achei necessário passar na vida com regras. Vejo um culto as coisas erradas que me assusta. Sim, é realmente muito saudável saber lidar com os próprios defeitos a ponto de conseguir rir deles, isso é saber levar a vida numa boa, mas fazer dos defeitos um troféu e seguir em busca deles pra ter personalidade? Me poupe, estão exagerando.

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