segunda-feira, 9 de agosto de 2010

neste domingo...



Vi a minha irmã numa patética vontade de suprir a falta de um pai, querendo eleger o meu avô, que poucas vezes vimos na vida, para passar o dia dos pais. Pra que isso? Se não temos pai, não precisamos comemorar o dia dos pais. Tem que fingir que vamos comemorar algo, mesmo sem alguém, é isso? Eu não quis. Ela, como sempre, instistiu, mas desta vez, não muito e acabou me compreendendo. No domingo à noite, como ela costuma fazer em todos os domingos, me ligou chamando para sair , dizendo que aquele tinha sido mais um dia normal e que ela não havia ido. Sim, é isso, né? Encarar a realidade às vezes é necessário.
Eu havia acordado meio bêbada ainda, em consequência da noite anterior, e fui compartilhar a comemoração desta data com um outro pai muito especial. Comemos, jogamos, nos divertimos, as horas passaram e eu consegui não parar pra pensar em coisas tristes, foi mais um dia especial que passei com esta família, sem obrigação de ter um significado diferente.
Cada um com seu cada um. Cada um com seus pesos e suas frustrações, é assim que andamos e nos deparamos com diversas pessoas pelo mundo todos os dias.
Amargura? Não, reconhecimento da realidade. Esta não impede que eu tenha lembranças, mas eu sei que são apenas lembranças. Lembranças de um pai que errou, que acertou, mas que, como qualquer pessoa de boa vontade, tentou. Amou e nunca deixará de ser amado.

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