terça-feira, 23 de março de 2010

____________ D D A ____________


Nem adianta eu me martirizar com a pergunta “porque eu sou assim?”. Vou perder tempo novamente. Mas estou indignada comigo mesma. Sim, este é um daqueles dias. Eu passo o dia especificando detalhes pros meus clientes, gramaturas, número de cores, processos de impressão, acabamentos, detalhes, etc, mas na minha vida pessoal, consigo ser um desastre às vezes. Eu penso – “tenho que levar o edredon pra lavanderia”, e depois descubro que na semana passada eu pensei o mesmo e levei o edredon, que estava lá há uma semana esperando que eu fosse buscá-lo. Às vezes acho que a culpa não é minha, é dos outros, porque esta meleca de lavanderia que é a mais próxima da minha casa e que tem o meu cadastro e me vê pelo menos de quinze em quinze dias deveria me entregar o edredon sem eu ter que ir buscar, já que a entrega nem é cobrada e meu prédio fica do outro lado da rua. Eu comprei um relógio lindo com a foto do Chico Buarque, que já está pendurado na parede da sala há um mês sem funcionar. Ele só está pendurado porque já havia um prego, ou seja, menos uma etapa, porque se eu tivesse que colocar o prego, levaria mais tempo, só que ele não funciona ainda porque não comprei pilhas. Uma coisa tão idiota comprar pilhas. Saio pra almoçar, pra ir a academia, pra ir à loja, ao salão, ao raio que me parta e sempre passo por lojas e supermercados que vendem pilhas, mas sou incapaz de lembrar do relógio da sala nestes momentos. Hoje eu saí com uma anotação pra fazer isso então não pude esquecer. Cheguei em casa toda feliz, louca pra ver o relógio funcionar, fui colocar as pilhas e percebi que comprei o tamanho errado. Deu tanta raiva de mim que não consigo explicar. Eu não sou capaz de focar em coisas simples, dar uma olhadinha atrás do relógio antes de sair pra comprar, de ter comprado logo a meleca das pilhas, enfim, fiquei tão puta que pensei – “O relógio do Chico é lindo funcionando ou não e eu nem uso mesmo ele para ver as horas. Dane-se se os ponteiros continuam parados. Humpf!”. Um dia fui diagnosticada como DDA e minha psicóloga indicou pra eu ler “Mentes Inquietas” e eu li. Amei o livro, me identifiquei e concordei com ela, me confortou ver o lado negativo, que eu já conhecia, mas também o positivo deste diagnóstico. Diz que sou desatenta, hiperativa e impulsiva, no primeiro momento, pensei, tragédia total, vou me matar! Depois ao decorrer do livro constatei muitas coisas boas que não vou falar aqui porque hoje não estou aqui para vender meu peixe, mas o que importa é que me fizeram me sentir bem e percebi que posso direcionar estas minhas qualidades a meu favor. A vida é assim, não dá pra ganhar em todas as situações. Posso não ser capaz de comprar uma pilha pra mim, mas também não fico enchendo HD da minha mente com probleminhas idiotas. E por fim, estou bem comigo mesma, mais uma vez.

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