segunda-feira, 29 de março de 2010

Inquieta


Sem paz interna. Os pensamentos voam pra lá e pra cá, acalmam e desesperam. Estou inquieta e ansiosa. Quero o tudo e o nada mesmo que seja clichê, eu não me importo. Penso em fazer e logo desisto. Anoto o que não posso desistir. Sigo com agendas, post it’s. Ainda existem muitas dúvidas, muitas incertezas, muitos caminhos novos. Alguém divide isso comigo, mas nem sabe o que divide. Nos dias em que a minha fúria interna briga comigo, ninguém me defende de mim mesma.
Existe remédio, paz, calma, algo que me defenda dos meus pensamentos?

Pequenas Mudanças


Os contratos não vão mudar o que eu sou, os pequenos gestos, sim. Aqueles que eu observo em você, me sensibilizam e vão me transformando um pouquinho a cada dia. Não adianta impor que ninguém funciona desta forma. Se não houver um porque, um interesse egoísta qualquer, ninguém se priva de algo para obter outro, se no final, não tiver lucrando. De repente eu percebi que mudei, certamente estou lucrando com isso, mas não foi num dia, chegando a uma conclusão qualquer que eu decidi que era melhor mudar, foi dentro de mim e tão aos poucos que nem eu percebi. As conclusões não vieram num instante, elas vieram em vários momentos fragmentados. Gotinhas caíram aos poucos. Não foi por alguém ou por alguma coisa, foi por mim, pro meu benefício, porque eu desejei e eu quis, mesmo que não tenha sido voluntário. Não existem ações que nos façam mudar, existem fatos que nos fazem entender que a mudança é necessária.

Eu sinto saudade da época em que eu era criança e eu molhava o biscoito maisena no chocolate quente, comia mingau, brincava de bonecas, corria de bicicleta na rua, contava as pedrinhas nas calçadas, fazia comidinhas com as folhas das árvores, depois da época adolê, em que eu trocava cartas com as amigas e tinha a caligrafia bonita, colecionava fotos, desenhava, perdia quatro quilos numa semana pra ir na festa do colégio, assistia a filmes americanos numa reunião de amigos, colava papéis de balas nas agendas, enfim, muita coisa simples e gostosa que vivi, que sinto saudade da época, mas que não curtiria reviver mais do que um dia no máximo. Se eu fosse fazer qualquer uma destas coisas hoje em dia, em algumas horas ficaria satisfeita e realizada, elas coisas não precisam mais fazer parte dos meus hábitos, aliás, elas nem cabem. Mudanças forçadas, necessárias e sim, porque eu quis, eu tive interesse em mudar. Assim como mudamos porque “evoluímos” com o tempo nestes pequenos hábitos, mudamos também no tratamento com as pessoas. Aprendemos a não sorrir demais e nem chorar demais na frente de qualquer um. Será que já aprendi isso?
Tô sentindo um ar frio, que não condiz com a temperatura do ambiente. Existe um ar de insegurança, misturado com insatisfação e medo, todos os sentimentos em doses muito pequenas, que estão mudando alguma coisinha em mim, e desta vez, acho que consigo perceber.
Você possui uma certa habilidade para se expressar através das palavras em alguns momentos, mas não demonstra claramente o que quer no olhar, não que eu não decifre este olhar, mas é que você usa óculos, lentes e todo tipo de artifício para se defender. Acho que preciso mudar mais para decifrar além dos escudos. Será que um dia a gente muda a este ponto? Será que ainda serei uma pessoa legal depois de tanto mudar? Se fosse óbvio, pra que precisaríamos de tantas transformações? Não está claro e eu tenho que seguir até descobrir.

terça-feira, 23 de março de 2010

____________ D D A ____________


Nem adianta eu me martirizar com a pergunta “porque eu sou assim?”. Vou perder tempo novamente. Mas estou indignada comigo mesma. Sim, este é um daqueles dias. Eu passo o dia especificando detalhes pros meus clientes, gramaturas, número de cores, processos de impressão, acabamentos, detalhes, etc, mas na minha vida pessoal, consigo ser um desastre às vezes. Eu penso – “tenho que levar o edredon pra lavanderia”, e depois descubro que na semana passada eu pensei o mesmo e levei o edredon, que estava lá há uma semana esperando que eu fosse buscá-lo. Às vezes acho que a culpa não é minha, é dos outros, porque esta meleca de lavanderia que é a mais próxima da minha casa e que tem o meu cadastro e me vê pelo menos de quinze em quinze dias deveria me entregar o edredon sem eu ter que ir buscar, já que a entrega nem é cobrada e meu prédio fica do outro lado da rua. Eu comprei um relógio lindo com a foto do Chico Buarque, que já está pendurado na parede da sala há um mês sem funcionar. Ele só está pendurado porque já havia um prego, ou seja, menos uma etapa, porque se eu tivesse que colocar o prego, levaria mais tempo, só que ele não funciona ainda porque não comprei pilhas. Uma coisa tão idiota comprar pilhas. Saio pra almoçar, pra ir a academia, pra ir à loja, ao salão, ao raio que me parta e sempre passo por lojas e supermercados que vendem pilhas, mas sou incapaz de lembrar do relógio da sala nestes momentos. Hoje eu saí com uma anotação pra fazer isso então não pude esquecer. Cheguei em casa toda feliz, louca pra ver o relógio funcionar, fui colocar as pilhas e percebi que comprei o tamanho errado. Deu tanta raiva de mim que não consigo explicar. Eu não sou capaz de focar em coisas simples, dar uma olhadinha atrás do relógio antes de sair pra comprar, de ter comprado logo a meleca das pilhas, enfim, fiquei tão puta que pensei – “O relógio do Chico é lindo funcionando ou não e eu nem uso mesmo ele para ver as horas. Dane-se se os ponteiros continuam parados. Humpf!”. Um dia fui diagnosticada como DDA e minha psicóloga indicou pra eu ler “Mentes Inquietas” e eu li. Amei o livro, me identifiquei e concordei com ela, me confortou ver o lado negativo, que eu já conhecia, mas também o positivo deste diagnóstico. Diz que sou desatenta, hiperativa e impulsiva, no primeiro momento, pensei, tragédia total, vou me matar! Depois ao decorrer do livro constatei muitas coisas boas que não vou falar aqui porque hoje não estou aqui para vender meu peixe, mas o que importa é que me fizeram me sentir bem e percebi que posso direcionar estas minhas qualidades a meu favor. A vida é assim, não dá pra ganhar em todas as situações. Posso não ser capaz de comprar uma pilha pra mim, mas também não fico enchendo HD da minha mente com probleminhas idiotas. E por fim, estou bem comigo mesma, mais uma vez.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Eu tenho a sorte de um amor tranqüilo.


Nariz, boca e barba que eu amo, cheiro que penetra na minha pele e me deixa com saudade o dia inteiro. Ombros que me abraçam perfeitamente. Mãos que me excitam. Papos agradáveis, sendo descontraídos ou não. Alerta vermelho, sinal de perigo. Contraí a doença da paixonite aguda, que deixa a gente babaca com sorriso bobo na cara, mesmo quando estou andando sozinha na rua, e desta vez, estou perdendo o medo, estou vivendo sem remédios. Sem rejeitar a doença, apenas me adaptando a nova forma de viver.

Se tudo o que estou vivendo for verdade, se daqui há um tempo ninguém me acordar com um beliscão dizendo – “Ei, acorda! É sonho!”. Eu tenho a sorte de um amor tranqüilo, finalmente. Será que é verdade? Nem eu acredito que ele sabe que quando estou com medo é para me abraçar, me confortando sem fazer perguntas. Ele retribui minha preocupação com ele. Ele cuida de mim e me dá carinho ao mesmo tempo em que quase me mata de tanto tesão. Será que descobri o segredo do sucesso dos relacionamentos? Um amigo perfeito que também te satisfaça sexualmente? O bom humor em que a gente vive, mesmo disfarçado de mau humor, que ocorre apenas nas manhãzinhas em que já acordamos com saudade? Ele não tem medo de demonstrar suas fragilidades, que pra mim são pormenores. Ele também sabe quais são as minhas e não as usa como armas contra mim.

Esse fim de semana foi mais um destes em que ficamos tristes no final, porque terminou, mas felizes, pensando no próximo e já entrando em contagem regressiva, para que chegue o próximo. Tivemos dias de conversas fúteis, onde dávamos gargalhadas de nossas próprias derrotas e deslizes, e também tivemos dias em que os papos foram mais profundos e intensos. Em todos os momentos percebi e constatei que o homem que está comigo é tão admirável que cheguei a ficar orgulhosa. Ele observa, ele sente, ele fica indignado, ele quer ajudar, ele se preocupa com a família biológica e a família que vai conhecendo pelo mundo. Eu como boa aquariana, que me preocupo com a humanidade, fico feliz vendo uma pessoa que sente tudo isso de verdade, uma raridade hoje em dia. E além de ficar feliz por esta pessoa existi, saber que este é o homem que eu amo, e que a cada dia está me deixando mais feliz, retribuindo em gestos, atitudes e palavras. Torço para que este entusiasmo e vontade nunca passem, pois parece que estou vivendo um sonho e não quero acordar.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Eu sei escrever que sou quem você gosta de ler.


As palavras saem de qualquer forma, não precisam ter um porque, elas apresentam uma não –realidade. Quem as pessoas desejam ser? Todos fizeram marketing pessoal? Todos querem se vender? Se você curte samba, eu também curto, gato! Se você curte funk ,eu ando de shortinho. Se você bebe, eu sou alcólatra! Se você quer lésbicas, eu to pegando uma mina. Eu sei escrever que sou o que você gosta de ler, saca? Mas não faço porque acho um saco e eu não te curtiria se você curtisse assim. Todos dizem ser legais, todos já sabem como agradar o público alvo. Tá chato! Tá chato! Tá chato! Por que eu me irrito tanto com isso? Por que eu jogo contra mim? Eu saberia dizer o que agrada se eu quisesse, mas eu tenho asco de quem faz isso, com exceção dos verdadeiros publicitários que vendem produtos e se vendem no mercado de trabalho. Se vender fingindo ser o que as pessoas querem que você seja é apenas apelação. Ser do jeito que a gente é, faz a gente encontrar amigos e parceiros que tem a ver e nos acham interessantes, e se não acharmos ninguém. Nenhuma pessoinha que se identifique com os mesmos hábitos ou manias ou gostos, realmente significa que não somos interessantes para mais ninguém além de nós mesmos, aí o conselho é – mude de planeta. Mas graças a Deus a ciência ainda não achou nenhum caso assim.
Lamento, tenho pena. O mundo ta ficando triste. Eu não consigo pensar em dizer coisas bonitinhas pra agradar mesmo que eu quero agradar, por mais que seja pro meu próprio bem, e por isso, continuo jogando contra o meu time. Meu placar está sempre ameaçado. Se não fosse a vida real, eu já teria perdido o jogo. Ainda existem pessoas que gostam de mim, não porque leram um anúncio falso que escrevi sobre quem sou, e sim porque tiveram oportunidade de me conhecer de perto. Não to a fim de escrever anúncios “Aquariana 28 procura:” na internet.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Identidade


Me identifico lendo bulas de remédio, todos os anti depressivos e ansiolíticos, lendo horóscopo, todos os tipos de horóscopo, chinês, asteca, grego, das árvores, todos. O engraçado é que sou cética. Em alguns dias eles erram porque quando eu não gosto, eles erram.Nesses dias eu esqueço tudo que li e penso - Ai, estes horóscopos feitos por estagiários! Affffff!!!!!! Quanto as bulas, eu acho bom saber quem tem gente estudando pra me compreender e me medicar. Tão bom saber que além de mim tem mais gente pedindo aquele remedinho na farmácia, também é bom saber que outras pessoas que andam nas ruas além de mim estão sendo regidas pelo mesmo planeta no mesmo mo mento que eu, ou seja, se eu surtar, todos que nasceram no mesmo dia que eu ou em datas próximas surtarão também? Incrível, né? Depois chego na drogaria e peço - Moço, o de dormir e o de acordar, por favor! Antes eu achava triste fazer isso, mas agora acostumei. Só não curto pessoas que se auto rotulam e assim se vendem dizendo – “somos amigas tarja preta”. Arrrgggggghhhhh!!!!! Como isso me irrita. Abrindo uma aspas aqui na minha felicidade para comentar que a outra que também possui o meu nome, mas nunca chegou perto de se parecer comigo e que, apesar de já ter tido o mesmo affair, gosta de dizer isso. Talvez pra tentar ser alguma pessoa interessante que não consegue ser buscando rótulos e pessoas iguais. Enfim, ela me imitava e isso já me irritava antes, hoje em dia irrita mais ainda quando lembro que ela me imitava. Querida, deixe os rótulos apenas para os remédios OK????? Ele faz bem pra sua vida de um jeito e pra minha de outro. Não sei como a pessoa que é capaz gostar de mim já foi capaz de gostar também da mulherzinha que com dez anos a mais que diz este tipo de coisa. Se fosse admirável ou qualquer coisa, todos estes preconceitos sumiriam aos poucos, mas nem era. Enfim, Freud explica, mas eu ainda não estudei tanta psicologia. Fechando aspas, gosto dos rótulos que estão no remédio pra pedir pro moço da farmácia, não em mim, mas pra me identificar é bem mais fácil, é só pegar uma bula de um dos remédios que diz: indicado para casos de ansiedade, tensão, medo, apreensão, intranqüilidade, dificuldades de concentração, irritabilidade, insônia e/ou hiperatividade neurovegetativa, resultando em manifestações somáticas variadas, e também ler meu horóscopo que diz: o aquariano é progressista, independente e altruísta. Embora individualista é temperamental, humanitário e voltado para os problemas coletivos. É imprevisível e inventivo. Sim, esta sou eu! E fico tranqüila só de ler que o comprimidinho vai resolver minha ansiedade e minha insônia. É apenas isto!


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A frase que não sai da mente hoje e que se encaixa tão bem que acho que quem entende somos apenas eu, a escritora e quem está sentindo:

É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei pra você fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade”

by maravilhosa Clarice Lispector.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Intolerância


Eu estava atravessando a rua ouvindo um papo chato de um cara que falava alto já definindo a pessoa na minha mente antes de olhar – é pobre, quer aparecer, é feio e não come ninguém se não for pagando. Bingo! Olhei pra trás e tinha um careca de óculos, branquelo, de físico indescritível, e o papo era o seguinte – “Sério que você vai querer ir ao japa amanhã comigo?” - Meu Deus!!!!! Meu Deus!!!! Meeeeeeu Deus! Não acredito. Tadinho, o cara nem acreditava que alguém queria sair com ele e olha que ele se empenhou, chamou logo pra um japonês em vez de chamar pra um chope. É tudo tão previsível, como tem gente que não saber reconhecer este tipo de pessoa e alguns outros tão clichês? Afff!!! Cara chato!!!! A mulher deve ser mais chata que ele de tamanha carência de aceitar ir num japa com um cara assim. Algumas sabem que é armadilha pra que depois ele a leve pro motel ou pra casa, enfim, pro abatedouro e outras ainda acham que ele quer ser apenas gentil e conversar, mas o que elas acham não importa, porque mulher que cai neste papo e aceita convite de um cara de nerd feio e chato é do mesmo nível, o problema é que este tipo de pessoa no mundo me incomoda. Até porque a minha presença agride eles da mesma forma que as presença deles no mundo também me agride.

No outro lado da rua existiam três bares, um ao lado do outro, um tinha chope pro pessoal que diz que ta na firma até tarde e engana a madame bebendo depois do trabalho, no outro tinha cerveja de garrafa pra turma sempre dura de universitários e o outro era um restaurante com varandinha pras pessoas que levam a família junto pra tomar goles de qualquer coisa alcoólica. Enfim, três bares, três situações, mas todos bebendo e eu ali atravessando a rua, voltando de uma obrigação e me direcionando a outra pensando que os seres humanos não seguem mais instintos hoje em dia. Porque eu sigo regras, relógios, tenho documentos, falo educadamente, só deito pra dormir quando o dia não está ensolarado... Enfim, mas também, parei e pensei melhor, esse lance de seguir instinto é complicado, porque meu instinto diz que quero beber, não quero dormir a noite, nem ser educada, mas em compensação, ah, em compensação não existe nada! Nada que me console, eu quero e pronto!

Eu não tenho explicação para o que sinto, mas sei eleger os culpados quando eu quero e quem me incomodou naquele momento, foi o nerd do telefone, por isso eu coloquei o pé na frente dele pra ele tropeçar e dane-se se ele não tem culpa de nada, no momento , eu achei que tivesse, e ai? Eu queria beber e além daquela vontade reprimida me sufocar, ele além de existir ainda berrava! Humpf!


Para ter algo que nunca se teve, é preciso fazer algo que nunca se fez.

Quando Deus nos tira alguma coisa, Ele não está nos punindo, simplesmente está abrindo nossas mãos para que tenhamos como receber algo melhor. Algo muito bom, que você já está esperando há algum tempo.

Chega uma hora na vida em que você descobre:
Quem interessa,
Quem nunca interessou,
Quem não interessa mais...
E quem ainda vai interessar.
Portanto, não se preocupe com quem já fez parte do seu passado; há um motivo para não estarem no seu futuro.

terça-feira, 9 de março de 2010


Cheios de personalidade!

Caramba! As meninas de 20, não de 20 e muitos como eu, mas 20 e poucos, essa diferençazinha de uma década mais ou menos. Elas não tiveram vergonha da primeira menstruação nem de falar sobre sexo na frente de qualquer um, não que devessem ter, mas os pais delas, uma década mais velhos que os meus, acho que já deveriam lidar melhor com tudo isso. Talvez porque a minha criação também foi meio atrasada, família meio conservadora, na verdade já existiam famílias mais moderninhas que a minha, que entendiam mais os filhos que faziam supostas besteirinhas. Vou parece r uma velha antiquada aqui falando, mas o que tem me chamado muito a atenção é como as informações chegaram tão rápido para esta nova geração de 20 e como estes “teenagers” tem utilizado as informações que chegaram tão cedo até eles. Porque antes apenas os boêmios, poetas e escritores tinham a liberdade literária de escrever seus pensamentos mais impuros porque a idéia era demonstrar que o ser humano também tem seu lado obscuro, que não é aquele tão bonito que a minha geração, depois de ter asssitido tantas gerações anteriores, foi treinada para demonstrar, não participamos, mas estudamos e admiramos as revoluções sociais, os escritores tinham autoridade para provocar, despertavam revolta nos conservadores e alcançavam as mentes mais abertas chegando ao propósito de gerar reflexões. Na década de 90, a geração saúde, que vestia calça “centrope”, blusinha “baby look” e “camisa mamãe-sou-forte”, geração que mostrava corpos malhados e pregava estilo de vida saudável. Todos queriam fazer concurso público ,e quem se especializasse em tecnologia, teria emprego certo no mercado de trabalho, pois era o mercado promissor, sim nisso acertaram!..rs. Mas não foi qualquer um que estudou isso e se deu bem. Era uma geração com outra cara, agora, ano 2010 as pessoas continuam nesta tendência retrô e saudosista que sempre existiu de resgatar as gerações passadas, a humanidade sempre será assim, porém se aproveitam do conhecimento que chegou mais cedo para unir a moda e a informação de como o mundo te aceita. Eles já sabem disso. Eles descobrem muito cedo que tem que criar uma personalidade logo, criar uma identidade diferente, coitados, na minha opinião, fracassam um pouco nisso, porque nesta de tentar ser diferentes, não entendo como eles não percebem que estão cada vez mais iguais em todos os lugares do mundo. Assim como o movimento punk que surgiu como uma revolta aos padrões sociais e pregava que eles eram “sem estilo” e começaram a fazer coisas tão diferentes para fugir do padrão, que criaram um estilo, ou seja, ninguém foge de ter um estilo. O corte de cabelo moicano por exemplo, hoje em dia é mais usado por gays e isso deixa os punks de verdade muito revoltados, vai entender, né? Eles não lutavam por liberdade de expressão? Isso demonstra que é muito difícil alguém criar um estilo e sustentar suas ideologias. E esta nova geração descobriu isso sem ter que passar na pele, apenas observou. Sortudos? Sei lá, eles tem esta vantagem se ter descoberto como o mundo aceita as pessoas, em grupos, em classificações e em rótulos, eles descobriram muito mais cedo e por isso eles se auto-rotulam antes que qualquer pessoa aponte o dedo e digam algo sobre eles, eles não permitiram ser classificados, eles tiveram oportunidade de estudar os grupos que já existiam e entrar num deles ou criar um genérico que também é modinha e cool. Eles tiveram oportunidade de se auto classificar antes que qualquer um os classificasse porque encontraram seu bando pra seguir um estilo. Eu particularmente, falando de moda, aprovo esse visual retrô anos 80, por exemplo na moda, mas fico abismada por outro lado vendo as meninas de 20 assumindo ter tesão em outras meninas, antes mesmo de descobrirem sua total sexualidade para depoiis afirmar isso, ou em animais, experimentando ácidos, admirando bares e o próprio fracasso. Acham engraçado quando um amigo bêbado dormiu na praça e foi estuprado por um mendigo, acham graça que a amiga vomitou na porta da boate e depois acordou com o taxista bulinando. Eu me preocupo com os valores. Apesar de já ter tomado muitos porres, adorar cigarro e bebida, meu inconsciente de bêbada acho que me protegeu e me lembrou a criação que tive apesar da lama muitas vezes, e o estar entre amigos que não achariam graça nisso, também, pois eu não acharia legal acordar sem saber com quem e agradeço porque não descobri nenhum destes prazeres antes do tempo que eu realmente achei necessário passar na vida com regras. Vejo um culto as coisas erradas que me assusta. Sim, é realmente muito saudável saber lidar com os próprios defeitos a ponto de conseguir rir deles, isso é saber levar a vida numa boa, mas fazer dos defeitos um troféu e seguir em busca deles pra ter personalidade? Me poupe, estão exagerando.

segunda-feira, 8 de março de 2010


Medo

A vida volta na segunda. Depois de um fim de semana de profunda reflexão, em que me reencontrei com o mar, reencontrei a família, que não era minha, a dele, a família de quem eu amo, de quem não imaginei que pudesse mais amar, mas amo mais a cada dia, eu já conhecia, mal conhecia, mas conheci de novo, em outra circunstância porque agora estamos juntos e isso era novo pra mim, pra eles, o que me deixou sem graça, sem informação, sem saber como agir. Devem ter me achado uma mulher muito chata, mas enfim, eu travei. Pensei na vida, em quem eu fui, em quem eu pensei que seria em quem eu realmente consegui me tornar, em quem eu sou hoje. Reflexões, família, saudade de quem se foi nesta data, 8 de março, dia internacional da mulher, dia que perdi quem eu não merecia perder. Ninguém merece perder um pai, ninguém! As vezes a vida não é justa, mas continuamos. No meio de tudo isso que vivo, penso como as coisas seriam diferentes se ele estivesse aqui comigo. Meus pensamentos estão distantes de todos que me cercam. Será que eu estou me distanciando de mim, das pessoas ou me conhecendo? Sei que na segunda-feira, primeiro dia útil, a gente não tem mais oportunidade de pensar tanto, a vida retoma de qualquer jeito, a gente querendo ou não, o cotidiano, a rotina, o trabalho, as obrigações, tudo faz com que eu pense que não posso mais “perder” tempo, e devo seguir. E isso é bom. Descobri meu grande amor e tenho um futuro de trabalho muito bom se eu seguir em frente. Então porque este sentimento de angustia dentro de mim? Porque quando finalmente encontro as respostas, eu fico com medo, pois tenho que seguir agora e não tenho chances de errar, é assim que me sinto. Agora que encontrei o caminho, a responsabilidade de seguir em frente e fazer com que tudo dê certo é grande demais. Parece que me mostraram o caminho e que se eu errar justamente agora, a culpa será apenas minha. Me deram os instrumentos e eu tenho obrigação de saber usa-los e de ser feliz com eles. Estranho, né? Tanta felicidade que me preocupa e não me deixa relaxar, ter o momento puro de felicidade, como eu estava tendo há alguns dias atrás, antes de parar pra pensar que eu encontrei tudo o que eu busquei. Mas e agora? Tenho medo, confesso, me sinto uma covarde, que acho que nem é uma palavra adequada, mas covarde por não confiar tanto em mim de repente. Já realizei coisas que surpreenderam a mim e aos outros, sinto que já fui mais forte. Agora não sei de onde vou tirar mais forças. Será que terei mais quando eu precisar? Tenho medo, não adianta, eu tenho, assumo. Medo de perder tudo que parece estar nas minhas mãos agora, mas que não é concreto. Nada é concreto. Como agir com tudo isso? A gente procura, encontra, e depois não sabe como agir. Eu sei que não posso deixar o medo me imobilizar, que devo seguir em frente. Já me sinto velha por ter passado tanta coisa, mas sei que não foi nem a metade, mas antes dos 30, sou uma sortuda, a vida está me mostrando os caminhos. Doeu perder tanta gente, aprendi caminhando sozinha, aprendi sendo feliz e perdendo outros homens e agora junto tudo isso, pego os instrumentos que tenho nas mãos e sigo com esse medinho que apavora, mas com a obrigação de fazer as coisas darem certo. A resposta é seguir em frente. E coragem não é uma opção, e sim a única alternativa.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Certo x Errado - um dia descubro


Psicologia é tudo. Trabalho a mente para não perder o apetite no meu objetivo e isso consiste em um esforço diário para lidar com coisas que eu assumo que não sei lidar, me esforço e não sei se o esforço fará com que eu aprenda a lidar um dia. Mas acho que vale a pena, só por isso me esforço. Tento trabalhar a psicologia em mim mesma? O que é psicologia hein? Estudo da razão, estudo do comportamento? Pois é, to tentando trabalhar isso em mim, acertar minhas razões que acho que tenho, tentando não tê-las, tentando até me convencer que não tenho razão. Qual a importância do imaginário? Qual a diferença pro real? O que é imaginário e o que é real? Palavras são reais, certo? A partir daí acho que tenho razão, mas se as palavras não viram fatos então não é realidade? Mas e o desejo? Existe? Sei lá... Um dia descubro se estou certa. Um dia descubro se errei em me controlar. Um dia se eu não me controlar, descubro se acertei.

terça-feira, 2 de março de 2010

Momentos


Chuva que despenteia o cabelo, unhas que não consigo parar de roer pensando em contas atrasadas, pagamentos que preciso receber, aluguel atrasado, e ainda estava me encaminhando para novas dívidas, que desta vez são aquelas pequenas e necessárias como supermercado e farmácia, onde úteis e fúteis são todos sempre muito necessários. Coisa chata de se fazer, mas é obrigação. E fui pensando enquanto andava sozinha que por incrível que pareça, nenhum destes problemas está me incomodando tanto hoje, porque uma hora do meu dia já foi preenchida com um momento de felicidade. Coisa boba, mas foi. Apenas uma conversa que começou tímida e depois foi fazendo a gente voltar ao que era antes. Olhar, tocar, conversar qualquer coisa, ver ele acender o cigarro, ver o jeito que olha pra mim, mais calmo do que eu imaginava através das letras que surgiam no computador. Talvez ele também tenha percebido o mesmo de mim porque reagiu muito bem. Consegui sorrir depois de beijá-lo, parece que recarreguei energias e voltei pra minha ventania com mais forças pra continuar caminhando. Momentos felizes recarregam a minha energia, foi uma hora do meu dia, que rendeu mais algumas horas de sorriso bobo no meu rosto. E se me perguntarem porque estou assim, terei vergonha e não saberei responder. Timidez, vergonha de mostrar que estou amando, vergonha de quem estou amando, ainda existe uma vergonha interna e externa de amar um ex melhor amigo. Mas isso virou detalhe aos poucos.

Não me lembro da última vez que estive tão feliz :-)